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Hamilton vence sem sustos GP da Espanha; Verstappen derrota Bottas e é segundo

Uma semana depois do revés sofrido em casa ao terminar o GP dos 70 Anos da F1 atrás de Max Verstappen, Lewis Hamilton voltou a trilhar o caminho das vitórias. Inabalável do início ao fim, o hexacampeão triunfou no GP da Espanha, sexta etapa da temporada, disputado neste domingo (16) em Barcelona. Foi a 88ª vitória do piloto da Mercedes na carreira, ficando assim a apenas três de igualar o recorde histórico que hoje pertence a Michael Schumacher.

Max Verstappen nem de longe representou uma ameaça, mas conseguiu o feito de terminar outra corrida à frente da Mercedes de Valtteri Bottas. O piloto da Red Bull superou o finlandês na largada e jamais foi batido depois disso. Coube ao dono do carro #77 se conformar com o último degrau do pódio na Catalunha.

Sergio Pérez terminou a corrida em quarto, mas só na pista. O mexicano sofreu uma punição de 5s por ignorar a sinalização de bandeiras azuis e perdeu a posição para o companheiro de equipe Lance Stroll. ‘Checo’ fechou assim a disputa em quinto, seguido pela McLaren de Carlos Sainz, dono da casa.

A Fórmula 1 volta a acelerar dentro de duas semanas na disputa do GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps, sétima etapa da temporada 2020.

Dentre os 20 pilotos do grid, somente Sebastian Vettel, Daniel Ricciardo, Kimi Räikkönen, Esteban Ocon, Romain Grosjean, Nicholas Latifi e Antonio Giovinazzi largaram com os pneus médios. Os demais iniciaram a prova com os compostos macios. A disputa teve início com 30ºC de temperatura ambiente e 48,7ºC na pista.

Lewis Hamilton manteve a dianteira no apagar das luzes vermelhas, enquanto Max Verstappen subiu para segundo. Quem surpreendeu foi Lance Stroll, que saiu de quinto e pulou para terceiro na esteira de uma má largada de Valtteri Bottas, que caiu de segundo para quarto. Sergio Pérez também perdeu uma posição e desceu para quinto.

Pouco mais atrás, Pierre Gasly superou a Ferrari de Charles Leclerc e avançou para nono, enquanto Lando Norris perdeu duas colocações e ficou em décimo com a McLaren, logo à frente de Vettel.

A presença de Stroll no top-3 não durou muito, já que Bottas fez valer o melhor carro da atualidade, mas usou a asa móvel para superar o canadense, assumir a terceira posição e partir para cima de Verstappen na volta 5.

O holandês, que perseguia Hamilton, dizia que o hexacampeão andava “lento demais”. Já a Racing Point avisava Pérez, que vinha pressionado por Albon, que a gestão dos pneus era crucial, uma vez que os compostos esquentavam muito a cada volta. Desta forma, o entendimento era que Hamilton e também Verstappen seguravam o ritmo para poupar pneus. Mas Bottas não conseguia se aproximar dos dois.

Mas pouco antes de fazer seu primeiro pit-stop, Hamilton apertou o ritmo e chegou a fazer quatro vezes seguidas a volta mais rápida, cenário que o levou a abrir mais de 5s para Verstappen, que se queixava da performance dos pneus traseiros.

Na volta 18, quem parou primeiro para seu pit-stop foi Albon, que trocou os pneus macios pelos duros para tentar ir até o fim da corrida sem outra parada. O anglo-tailandês perdeu dez posições e caiu para 16º. Também na parte final do grid, Kimi Räikkönen lutava com valentia contra um Esteban Ocon que lutava para sair do 15º lugar. O piloto da Renault conseguiu fazer a ultrapassagem sobre o ‘Homem de Gelo’ e trouxe a reboque a Red Bull de Albon.

Via rádio, Verstappen se mostrava irado com a equipe. “Os pneus estão mortos. Não vou repetir de novo”. A reclamação veio antes do pit-stop, com a Red Bull o chamando para a troca na volta 22. A operação durou somente 1s9. Max mudou dos pneus macios pelos médios, indicando uma nova parada.

Duas voltas depois, a Mercedes chamou Hamilton e Bottas ao mesmo tempo para os respectivos pit-stops. Com Lewis, a equipe hexacampeã perdeu mais tempo que o habitual, mas o britânico voltou na frente, com 4s2 de vantagem para Verstappen. Bottas manteve o terceiro lugar.

Verstappen seguiu irado no rádio e disparava contra a Red Bull: “Nós claramente não somos rápidos com os pneus macios na comparação com eles. Então, vamos focar na nossa corrida e deixar que eles façam o deles”, bradou.

Enquanto Hamilton fazia uma corrida segura rumo à vitória, a disputa era pra lá de animada no pelotão intermediário. Stroll se defendia dos ataques de Pérez após um duelo roda a roda, enquanto uma fila liderada por Gasly e que tinha também Ocon, Norris, Leclerc e Kvyat garantia o entretenimento já na metade final da corrida.

Um fator inesperado ameaçava dar as caras e até mudar a sorte da corrida: a chuva. A ponto de Vettel ter sido avisado de que a pista poderia ficar molhada a partir da volta 50. De fato, nuvens pesadas estavam cada vez mais próximas do circuito catalão.

Dono de uma ótima temporada, Leclerc enfrentou um problema elétrico na volta 38, o que provocou uma rodada na saída da chicane. O carro chegou a apagar, mas o monegasco conseguiu acionar novamente o motor, mas somente para voltar para os boxes e abandonar a corrida.

Depois de a Red Bull chamar Albon para outra parada e trocar os pneus duros pelos médios, na volta 42, Verstappen voltou para os boxes quando estava 10s atrás de Hamilton. O holandês partiu para mais um stint com outro jogo de pneus médios. O pit-stop permitiu que Bottas assumisse a segunda colocação. Lá na frente, Lewis partia firme para sua vitória 88 na F1, enquanto Vettel se colocava em quinto lugar com uma uma estratégia diferente de pneus: primeiro stint com os médios e o segundo com os macios.

Na volta 49, a Mercedes chamou Bottas para trocar pneus médios para compostos macios e ir até o fim da corrida e tentar tirar Verstappen do segundo lugar. Dois giros depois, a equipe adotou estratégia diferente com Hamilton, que trocou pneus para outro jogo de compostos médios. E Vettel, em quinto, travou discussão com seu engenheiro de corrida, Riccardo Adami, mostrando que queria arriscar com a estratégia e se manter na pista sem outro pit-stop. “O que você acha de seguir até o fim com esses pneus?”, perguntou o engenheiro. “Merda, já tinha perguntado isso antes. É isso que vou tentar, não tenho nada a perder”.

Já a direção de prova punia Pérez em 5s pelo fato de o mexicano ignorar o acionamento de bandeiras azuis para dar passagem a Hamilton. Kvyat, que estava em 12º, também sofreu a mesma sanção. Naquele momento, Vettel perdia a quinta posição ao ser ultrapassado por Stroll.

Com a punição imposta a Pérez, Stroll se aproximou e conseguiu descontar a diferença, o que levou o canadense a subir para quarto, já considerando os 5s a mais no tempo de prova do mexicano. No fim da corrida, Bottas foi aos boxes para fazer mais uma troca de pneus e tentar marcar a volta mais rápida da corrida.

No fim das contas, após 66 voltas, deu a lógica: Hamilton venceu praticamente de ponta a ponta e pavimentou mais uma parte do caminho rumo ao recorde de vitórias na F1.