O caso da menina de 10 anos que engravidou após ser sistematicamente estuprada pelo tio desde os 6, no Espírito Santo, é um dos assuntos do Conversa com Bial de quinta-feira, 17/9. A entrevistada, Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, falou pela primeira vez sobre as suspeitas de envolvimento com o grupo de militantes anti aborto que tentou impedir a interrupção da gestação. O direito é assegurado por lei em casos de estupro ou risco à vida da mãe, e a criança se encaixava nos dois critérios.
Ela fala, também, sobre a investigação de dois de seus assessores que são suspeitos de terem vazado a identidade e a localização da menina. E diz botar a mão no fogo de que não foram eles os responsáveis pelo delito.
Ainda sobre o tema, Damares afirma discordar do procedimento do aborto, realizado em Recife pelo Dr. Olímpio Moraes Filho. Na opinião da ministra, o correto seria aguardar duas semanas e antecipar o parto:
“Os médicos do Espírito Santo não queriam fazer o aborto, eles estavam dispostos a fazer uma antecipação de parto. Mais duas semanas, não era ir até o 9 mês, Bial, a criança ficar nove meses grávida, conversa com os médicos. Mais duas semanas poderia ter sido feita uma cirurgia cesárea nessa menina, tirar a criança, colocar numa encubadora, se sobreviver, sobreviveu. Se não, teve uma morte digna.”