A Interpol incluiu o nome do traficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, na lista internacional de procurados. O pedido havia sido feito pela Polícia Federal na segunda (12), mas a inclusão só foi confirmada pela PF nesta terça.
Ainda de acordo com a PF, o perfil de André do Rap não aparece no site da Interpol porque o cadastro foi feito em uma “lista restrita”. O traficante é considerado um dos chefes do PCC, facção que atua dentro e fora dos presídios.
André do Rap desapareceu depois de ter sido solto no sábado (10) com autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello.
O ministro justificou a medida citando um trecho do pacote anticrime, aprovado pelo Congresso no ano passado, que determina soltura de preso quando não há revisão periódica da necessidade da prisão preventiva. Para o ministro, ficou demonstrado, no caso do traficante, o “constrangimento ilegal” da prisão.
No mesmo dia, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, suspendeu a decisão de Marco Aurélio Mello e determinou nova prisão, mas o traficante não foi mais localizado.
Também nesta terça, o nome de André do Rap entrou na lista dos mais procurados da Polícia Civil de São Paulo.
O Ministério Público de São Paulo acredita que após ter deixado a Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, o traficante tenha viajado até Maringá (PR) e embarcado para o Paraguai.
Desde a tarde de sábado, policias realizam uma força-tarefa para encontrar André do Rap. A polícia alega que não pôde seguir os passos de André do Rap porque, ao sair da prisão, ele era um homem livre.
Equipes de investigação monitoraram o traficante à distância e dizem ter certeza de que ele usou um avião particular para fugir do Brasil. A polícia também suspeita que ele esteja no Paraguai ou Bolívia.
“Para nós foi um banho de água fria, porque ele tem duas condenações já em segunda instância. Ele estava condenado a 15 anos em uma, e a dez em outra, já em segunda instância. Ele usa várias empresas de fachada, então, para conseguir capturá-lo de novo, vamos ter uma grande dificuldade. Ele é o maior atacadista de cocaína do país”, diz Fabio Pinheiro Lopes, delegado e diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo.
André do Rap foi preso em setembro de 2019, em uma operação feita pela Polícia Civil de São Paulo em um condomínio de luxo em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro, e é investigado por gerenciar o envio de grandes remessas de cocaína à Europa. Ele chegou a morar no exterior. Antes disso, tinha ficado preso por 7 anos, até 2014.
Em 2019, quando preso, ele chegou a São Paulo no próprio helicóptero.