Desta vez, presidente peruano é acusado de receber subornos em obras de região quando ele era governador.
O Congresso do Peru aprovou nesta segunda-feira (2) a admissibilidade de um novo processo de impeachment contra o presidente Martín Vizcarra, o segundo em menos de dois meses (leia mais sobre o primeiro processo mais adiante).
Desta vez, o presidente é acusado de receber subornos de 2,3 milhões de soles (cerca de R$ 4 milhões) por obras em Moquegua, região na qual Vizcarra foi governador entre 2011 e 2014.
A admissibilidade da moção de vacância foi aprovada por 60 votos a favor a 40 contra e 18 abstenções. O debate e a votação do pedido de impeachment devem ocorrer na próxima segunda-feira (9), decidiu o Parlamento.
Vizcarra nega as acusações e diz que o novo pedido de impeachment é uma tentativa de desestabilizar o país a sete meses do fim de seu mandato.
“Não há uma prova das acusações, e outra vez tentam desestabilizar, mas não o governo. Um processo de vacância desestabiliza o país”, disse Vizcarra.
Primeiro processo de impeachment
Em 18 de setembro, Vizcarra sobreviveu à votação de impeachment no Congresso por 78 votos contra a destituição, 32 a favor e 15 abstenções. Relembre no VÍDEO acima.
O presidente sofreu esse primeiro processo depois do vazamento de áudios que, segundo parlamentares, mostram o presidente tentando minimizar a sua relação com o cantor Richard Cisneros, investigado por conta de contratos irregulares com o governo.
Nos áudios, Vizcarra conversa com duas assessoras sobre as idas de Cisneros ao palácio presidencial e pede para que mintam em um inquérito parlamentar.
A absolvição era esperada, segundo analistas políticos ouvidos pela imprensa peruana. A oposição avaliava que o momento — de crise gerada pela pandemia do coronavírus — não favorecia uma discussão sobre impeachment a apenas um ano das próximas eleições presidenciais.