Após receber alta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Cristian Rodrigues de Oliveira, de 14 anos, morreu em casa cerca de três horas depois, segundo a mãe, Lourdes Rodrigues de Oliveira. O adolescente será enterrado nesta quinta-feira, em Cascavel, no oeste do Paraná.
“Ele podia estar vivo se estivesse na UPA, pois voltou para casa passando mal”, disse a mãe.
De acordo com o Consórcio Intermunicipal Samu Oeste (Consamu), o médico que atendeu o paciente foi afastado da UPA, na quarta-feira (11), enquanto o caso é investigado por uma comissão interna.
“Essa comissão terá 15 dias para verificar os fatos, prontuários, exames e ao final desse período nos trará um relatório completo onde fundamentará uma decisão da direção”, disse o diretor geral do Consamu, José Peixoto da Silva Neto.
Em entrevista ao G1, Lourdes disse que acredita que houve negligência médica, pois o filho recebeu alta com febre e vômito.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou como causa da morte uma inflamação no rim do adolescente, segundo a mãe.
O paciente também havia sido internado anteriormente e recebido alta na quinta-feira (5), em um hospital de Cascavel, para o tratar do rim. A mãe informou que antes desse internamento, o filho estava saudável.
Após receber alta e a família voltar para casa, a mãe de Cristian encontrou o filho morto no quarto.
“Ele ajudava todo mundo. Agora a gente perdeu ele e ninguém acredita que ele se foi”, lamentou a mãe.
O pedido de afastamento do médico foi feito pela Secretaria de Saúde de Cascavel, que administra a unidade.
Enquanto a investigação é realizada, o médico que atendeu o adolescente está trabalhando internamente para o Consamu.
Conforme a UPA, o paciente deu entrada às 2h50, de quarta-feira, com febre, dor de cabeça e vômitos. Ele foi atendido, passou por exames, foi medicado e ficou em observação.
Por volta das 7h30 ele foi reavaliado e teve alta por apresentar melhora no quadro de saúde, segundo a unidade.
De acordo com a prefeitura, o município sempre disponibilizou os recursos necessários para a manutenção das escalas de profissionais e medicamentos.
O corpo de Cristian foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Cascavel.
De acordo com o diretor geral do Consamu, a comissão interna que apura o caso é formada por dois médicos e uma enfermeira, que trabalham em locais distintos.
A mãe do adolescente relatou ainda que o Samu não quis, no primeiro momento, buscar o menino para levar até a UPA.
O Consamu informou que todo o atendimento, desde o primeiro suporte do Samu, será avaliado pela comissão interna.
Caso seja constado algum tipo de negligência médica, o médico poderá receber desde uma advertência até ser demitido. Além de poder responder legalmente pelo ocorrido.