Saúde

Especialista brasileira radicada no Canadá realiza cirurgia inédita na Santa Casa de Maceió

Procedimento minimamente invasivo beneficiou paciente do SUS com cavidade no pulmão

Ascom / Santa Casa de Maceió

Procedimento minimamente invasivo no tratamento de câncer de pulmão

A Santa Casa de Maceió recebeu a cirurgiã de tórax Paula Ugalde que participou de uma cirurgia por vídeo minimamente invasiva para tratamento de um possível câncer de pulmão. A especialista passou três dias na instituição compartilhando suas experiências com o corpo clínico do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do hospital.

Coordenadora do Programa de Cirurgia Torácica Oncológica da Universidade de Laval, em Quebec, no Canadá, Paula Ugalde assumirá uma cadeira na Universidade de Harvard, em Massachusets, nos Estados Unidos. “Ela é uma profissional extremamente habilidosa em cirurgia torácica minimamente invasiva, atuando em qualquer tipo de cirurgia como a pneumonectomia (retirada de um pulmão) e a lobectomia (remoção de somente um lobo do pulmão). Ela o faz com rapidez e segurança para o paciente. A especialista veio ao Brasil para uma série de cirurgias e aceitou o convite de operar em Maceió. Então é um aprendizado muito grande com alguém com o seu conhecimento técnico. A vinda dela foi muito importante para que ela conhecesse nosso Serviço e poder passar um pouco do conhecimento que tem”, afirmou o cirurgião torácico Artur Gomes Neto, diretor-médico da Santa Casa de Maceió, que também participou da cirurgia.

O procedimento durou cerca de quatro horas e foi realizado num paciente de 64 anos, sem histórico de tabagismo. “O paciente tinha uma lesão escavada dentro do pulmão. Não se sabe ainda se é câncer, mas estava numa localização entre as duas metades do pulmão e tivemos que fazer uma estratégia cirúrgica para retirar parte dos dois lóbulos do órgão para conseguir salvar praticamente dois terços do pulmão dele. Essa cirurgia é bastante complexa e conseguimos fazer através de um só corte de mais ou menos 3 cm. Esperamos uma boa recuperação do paciente, pois o resultado cirúrgico imediato foi muito bom, a anestesia foi muito boa, e acreditamos que ele não vai ter dor”, destacou Paula Ugalde.

A previsão de alta para pacientes que passam pelo procedimento é de dois ou três dias após a cirurgia. Em duas ou três semanas ele já consegue voltar as atividades normais. “Foi uma experiência sensacional vir para Maceió. Conheço bem a equipe de cirurgia de tórax daqui. O Dr. Artur Gomes Neto, que lidera o grupo, é um cirurgião muito experiente e já tivemos outros intercâmbios. Agora, o Serviço está muito interessado em evoluir na cirurgia minimamente invasiva e fazer procedimentos mais complexos”, disse a especialista.

Na técnica minimamente invasiva o paciente terá menor reação inflamatória, menos dor (o que permite que respire melhor), e recuperação mais rápida. Ela tem sido cada vez mais usada tanto em cirurgias com intenção de diagnóstico, como para tratamento, principalmente de doenças oncológicas, como câncer de pulmão em estágios mais iniciais.