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Tyson está de volta! Lenda do boxe enfrenta Roy Jones Jr. em ‘presente nostálgico’, mas regras ‘leves’ impedirão o velho ‘Iron Mike’

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Mike Tyson enfrenta Roy Jones Jr. neste sábado, no Staples Center, em Los Angeles, em uma exibição de boxe em um dos eventos mais aguardados deste ano no mundo do esporte.

Para quem nasceu de 1990 para trás, houve uma época em que o mundo parava para ver Mike Tyson. No Brasil, suas lutas eram exibidas em TV aberta e atraíam multidões que madrugavam para ver, mesmo os que não eram tão chegados em boxe.

Com Mike Tyson sem pisar num ringue profissional há 15 anos, a luta deste sábado é um grande presente de nostalgia para os fãs do esporte. E oportunidade para os mais jovens entenderem por que ele é tão grande, já que o “hype” ao redor deste combate está sendo gigantesco ao redor do globo.

Mas antes que a expectativa se transforme em frustração, é necessário separar o Tyson brutal dos anos 80 e 90 do que entrará no ringue neste sábado. Já que a organização da luta está deixando bem claro que será uma exibição.

Porém, diante do contexto geral da vida de Mike Tyson, estar em forma, aos 54 anos, disposto a entrar no ringue e lutar, é louvável. Tyson teve uma infância difícil, cercado de violência e passou por dificuldades, além de não ter conhecido seu pai biológico. Com a fama, vieram os abusos de álcool e drogas, além de uma prisão no auge de sua carreira por estupro.

Tyson, que já havia ganhado mais de US$ 300 milhões por suas lutas, chegou a declarar falência em 2003. Ele superou tudo isso, se tornou empresário e apresentador e está presenteando o mundo do boxe com uma exibição.

Tyson (50-6-2), de 54 anos, viralizou vídeos na internet durante a pandemia mostrando seus treinos com o brasileiro Rafael Cordeiro. Isso foi a “faísca” necessária para o seu retorno. Ele emagreceu, ficou forte e entrou em uma forma incrível para alguém de sua idade. Do outro lado, estará Roy Jones Jr. (66-9), de 51 anos, ex-campeão mundial de boxe que no início dos anos 2000 chegou a ser apontado como o melhor do planeta.

Mas mesmo diante de um excelente lutador, não devemos esperar que Tyson seja “aquele” “Iron Mike”.

Por mais que Tyson tenha o instinto assassino cada vez que suba a um ringue e tenha treinado para isso, a luta terá diversas regras que impedem um combate mais explosivo.

AS REGRAS CONTROVERSAS

Ainda será necessário ver como, e se, as regras serão aplicadas, mas a Comissão Atlética da Califórnia deixou claro que serão as seguintes:

– 8 rounds (ao invés de 12) de 2 minutos (ao invés dos tradicionais 3)

– Luvas de 12 onças, maiores, para reduzir os danos do impacto

– Não será permitido nocautear o adversário

– A luta será encerrada se houver algum corte em algum pugilista

– Sem proteção para a cabeça

– Fora do ringue não haverá árbitros ou pontuação oficial

– A WBC terá ex-lutadores marcando os pontos. O pugilista que somar mais pontos no cartel deles, ganhará um cinturão figurativo do evento.

A “PEQUENA FORTUNA” DE TYSON

Mike Tyson chegou a ganhar cerca de US$ 30 milhões por luta no auge de sua carreira. O valor da bolsa pelo combate com Roy Jones Jr. será um terço disso, segundo a imprensa norte-americana: US$ 10 milhões (R$ 54 milhões).

O lutador já revelou que a maior parte desse valor será repassado à instituições de caridade.