Mike foi muito mais preciso e ainda bem mais potente que o rival.
Pelas estatísticas da Compubox, Tyson acertou 67 golpes contra apenas 37 de Jones Jr. Destes, 57 foram considerados golpes potentes – contra apenas 28 do rival.
A precisão também impressiona. Roy Jones até deu mais socos (236 a 193), mas Tyson foi muito mais certeiro (35% contra apenas 16%).
Mike teve uma área preferida: os golpes no corpo. Foram 35 conectados por ali, o que minou ainda mais o gás do adversário, que terminou o combate completamente ofegante.
“Agora entendo por que falam que tudo que ele toca, machuca. Tudo machucou”, admitiu Roy Jones Jr. “Sim, os golpes no corpo tiveram um papel muito importante em me deixar cansado”, completou.
“Mas você aguentou! Eu sei que o atingi com força, mas ele aguentou tudo”, ainda brincou Tyson.
Apesar de toda a diferença nos números, a luta foi declarada em um empate que não escondeu muito ter sido combinado.
O combate sequer foi julgado pela Comissão Atlética da Califórnia, mas teve uma pontuação extraoficial dada por três ex-campeões mundiais: Vinny Pazienza, Christy Martin e Chad Dawson.
Vinny deu vitória para Jones, Martin pontuou a luta para Tyson e Dawson decretou a igualdade.
E nem mesmo Mike reclamou do resultado.
“Eu acho (que venci), mas estou feliz com o empate. Acho que entretive o público, estão felizes com minha luta”, disse Tyson. “Estou tão feliz de ter ido até o oitavo round. Nocaute não significaria nada. Para mim é mais significativo conseguir lutar oito rounds, saber que poderia lutar dez”, completou em outra resposta.
“Eu não gosto de empates, eu não empato. Mas ele é muito forte, agora entendo quando dizem que ele te machuca quando encosta em você. Tudo machuca! Então estou ok com o empate, mas vamos fazer isso de novo”, respondeu Jones.