Lionel Messi deveria procurar o Napoli para prestar uma homenagem final a Diego Maradona quando deixar o Barcelona. É o que pensa Kevin-Prince Boateng, ex-companheiro do camisa 10 do Barça, numa sugestão que, no modo dele ver, elevaria o argentino.
Maradona morreu em 25 de novembro aos 60 anos em casa, em Tigre, na região metropolitana de Buenos Aires. Até hoje, não houve um dia que ele não fosse lembrado e homenageado. Não só na Argentina, mas no mundo inteiro.
Inclusive por Messi, que conseguiu marcar pelo Barcelona um gol idêntico ao que Maradona fez pelo Newell’s Old Boys (clube onde o jogador de 33 anos começou a carreira) em 1993 e depois vestiu a camisa de El Pibe de Oro na época na comemoração.
Ao longo dos anos, ambos se conheceram, se respeitaram e inclusive trabalharam juntos na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Apesar das tentativas de especialistas em compará-los, eles tinham uma relação muito respeitosa entre si.
Hoje no Monza, Boateng acredita que Messi deveria prestar a última homenagem ao seu compatriota ao assinar um contrato pelo Napoli, clube em que Maradona é mais que um Deus, assim que encerrar o vínculo com o Barcelona (em junho próximo).
“Quão fantástico seria se ele simplesmente dissesse ao Napoli ‘Eu vou’?” Boateng disse à ESPN.
“Eles aposentaram a camisa 10, [mas] adoraria ver Messi honrar a 10 de Maradona e adoraria vê-lo jogar um ou dois anos em Nápoles, sem pensar em dinheiro ou nada, apenas pelo coração'”, disse o jogador de Gana.
O status de Maradona em Nápoles é mítico, tendo conquistado o título Italiano duas vezes em sete anos no Napoli, além de uma Copa da Itália, uma Supercopa da Itália e uma Copa Uefa. Recentemente, o estádio San Paolo foi rebatizado como Diego Armando Maradona.
“Seria como um filme. Ele teria que ir para o treino em um maldito helicóptero porque as pessoas iriam comê-lo vivo e ficariam muito felizes”.
“Seria lindo ouvi-lo dizer: ‘Em homenagem a Maradona, irei jogar pelo Napoli’. Que tipo de história seria para o mundo, não apenas para o futebol, mas para o mundo?”, continou.
“Seria uma mensagem, seria história em todos os lugares. Eu só queria estar no lugar de Messi. Eu quero ser Messi. Ligaria para o presidente do Napoli e falaria ‘Eu vou’”, prosseguiu.
O Napoli prestou várias homenagens a Maradona. No início deste mês, todos os jogadores entraram em campo com a Roma com o número 10 e o nome do ídolo na camisa durante a cerimônia de abertura do jogo. Depois, a equipe jogou com um uniforme idêntico ao da Argentina.
“Eu ouvi histórias sobre ele quando ele saiu do campo de treinamento e viu famílias e deu-lhes dinheiro e disse ‘tudo vai ficar bem'”, lembrou Boateng.
“Isso é o que o tornou tão especial em Nápoles. Claro que ele ganhou o campeonato, mas ele era como uma pessoa que você pode tocar e é difícil de encontrar. Ele estava sempre lá. Você o via marcando um gol incrível e, no dia seguinte, o encontrava andando pelas ruas.”
Boateng, que jogou com Messi durante seu período de empréstimo na Catalunha na temporada passada, acredita que as comparações entre os dois argentinos não são adequadas, pois ambas são geniais em campo.
“[Maradona] tTinha muita qualidade e tinha a inteligência de Messi, ele estava sempre um passo à frente. Não me lembro de tê-lo visto ao vivo, mas vi todos os vídeos e sei tudo sobre ele.”
“O que diferencia Messi é cabeça dele, porque ele tem qualidades incríveis com a bola, vemos isso o tempo todo, mas ele está sempre dois ou três passos à frente. O tempo todo é o que o torna inacreditável. A sua mente, a sua inteligência, saber por onde passar, com o ritmo certo, com o pé direito. As pessoas não entendem o futebol e como ele muda o jogo, jogar a bola no ritmo certo, no giro certo, com o pé perfeito no momento certo. Todas essas coisas juntas, e ele [também] tem essa inteligência para entender isso em um segundo, onde colocar a bola”, disse.