Coronavírus

Covid-19: unidades de síndrome gripal registram aumento de 305% nos atendimentos

Jovens são maioria dos pacientes que buscam as unidades; especialistas alertam para relaxamento com cuidados

Unidades de Referência para síndrome gripal. Foto: Ascom/SMS

Com um aumento de 305,4% na quantidade de atendimentos nas unidades de referência em síndrome gripal, foi constatado um novo perfil de usuários atendidos: os jovens. De acordo com especialistas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), isso acontece por conta do relaxamento das medidas preventivas e por esse público não se considerar vulnerável à doença.

De 1º a 13 de novembro, as quatro URSG atenderam 1.309 pacientes, enquanto no mesmo período de dezembro o número subiu para 3.998. A unidade que teve o maior aumento no número de atendimento foi a Maria da Conceição Fonseca Paranhos, que fica em Jacarecica, passando de 318 atendimentos para 1.355, ou seja, um aumento de mais de 426%

“Durante vários meses nós vimos o número de pessoas que procuram o serviço diminuir gradualmente e, em poucas semanas, retomar ao patamar de maio. A faixa etária que predomina dos usuários é de pessoas mais jovens, o que preocupa, porque apesar da menor chance de complicação por Covid-19, muitos convivem com pessoas do grupo de risco, como idosos, pessoas com doenças crônicas”, relata o médico da unidade, Arthur Araújo.

A infectologista da SMS, Mardjane Lemos também reforça os riscos do relaxamento nos cuidados por este público que está apresentando maior contaminação. “Isso nos leva a crer que os jovens entendem que não são grupos de risco, que vão ter um quadro leve. Porém esse jovem acaba sendo parte de uma cadeia de contágio que vai chegar, inevitavelmente, a alguém que vai morrer. Se não for o seu avô, avó, tio, pai, vai ser algum familiar de um colega, um vizinho”, menciona.

Com isso, a infectologista frisa que mesmo sem o agravamento, o que já acontece em alguns casos, é fundamental que todas as pessoas tenham responsabilidade coletiva. “Você pode não precisar agora de um leito pra Covid, mas se você se acidentar, você vai ter dificuldade de atendimento, porque os leitos estarão ocupados com pacientes com Covid, por exemplo. Então, é uma responsabilidade coletiva, pensando no bem daqueles que são mais vulneráveis e também pensando em si”, pontua Mardjane.

As recomendações é que a população continue com as medidas preventivas necessárias, de forma conjunta, visando evitar o contágio pelo novo coronavírus. “Fica como recomendação, além, é claro, do uso de máscara, da higienização dos objetos de uso de maior frequência, o cuidado com as confraternizações e encontros familiares. Nós estamos vendo muitos relatos de pacientes contaminados dessa forma. Então, se cuidem, se protejam e protejam os seus”, completa o médico Arthur.

Fluxo de atendimento nas unidade

A SMS conta com quatro Unidades de Referência em Síndrome Gripal: A unidade Jorge Duarte Quintela Cavalcante (Graciliano Ramos), a Walter de Moura Lima (Santa Amélia, a Novo Mundo e a Maria da Conceição Fonseca Paranhos (Jacarecica).

Os usuários devem procurar essas unidades nos primeiros sintomas para um tratamento precoce. “O paciente que procurar as nossas unidades vai chegar na recepção e vai ser acolhido. Será feito um cadastro e, a partir daí, ele vai ser encaminhado pra triagem e pro atendimento com a enfermagem. Em seguida, ele vai ser encaminhado pra consulta médica”, explica o o clínico Arthur Araújo.

Nas unidades o paciente realiza exames e tem os encaminhamentos, conforme a prescrição médica. Cada usuário é avaliado e medicado de maneira individual, levando em consideração os seus sintomas, a duração deles e suas características. Além dos encaminhamentos para exames, os pacientes já saem da unidade com os medicamentos.

“O exame disponibilizado na unidade é o RT-PCR, também conhecido como swab, nele vão ser colhidas as amostras das narinas dos pacientes, que vão ser levadas para análises no laboratório. Esse exame é indicado para os casos suspeitos entre o 3° e 7° dia do início dos sintomas, que é o período em que há uma maior carga viral e, consequentemente, uma maior probabilidade de ser detectado”, detalha o médico. “Já os outros exames que nós solicitamos, como os de sangue e os de imagem, têm indicação conforme a queixa que o paciente apresente”, finaliza.

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