Quem se surpreende a cada apresentação de Diva Menner no “The voice Brasil” nem imagina que a cantora, como veremos hoje na semifinal do programa, surgiu há apenas seis anos. Foi só quando completou 30 que a artista iniciou sua transição, e começava a nascer ali uma diva. O medo e a falta de referências fizeram com que ela demorasse a se reconhecer como uma mulher transexual.
“Fui tentando minha carreira sendo cantor e me frustrando ano após ano. Eu conseguia cantar, viver de música, mas como um menino. Eu não tinha uma alma, era um artista vazio. Foi um processo um pouco complicado para mim. Eu sabia que era diferente, mas não encontrava meu lugar no mundo”, diz a candidata, de 36 anos, que, ao se encontrar, superou complexos que tinha desde a adolescência: “Não namorava, não tirava a camisa. Já tinha curvas femininas e me escondia”.
Diva Menner chegou preparada ao “The voice”, depois de já ter tentado uma vaga em 2019. Frequentou o conservatório de música, estudou canto lírico, cantou acompanhada de orquestra e se apresentou em muitos lugares no Recife, onde nasceu. Já selecionada para a atual edição, ela deu também uma repaginada no visual: botou silicone nos seios e passou por uma lipoescultura: “Eu já tinha um pouco de seio por causa do tratamento hormonal. Quando comecei a transição, procurei ajuda médica e foram três anos me feminilizando”.
O sucesso agora na TV coincide com outro bom momento na vida pessoal. Diva encontrou seu grande amor durante a pandemia, depois de algumas semanas de paquera num aplicativo de namoro. E ela e João, seu namorido, já estão morando juntos: “A família dele demorou a aceitar, mas hoje torcem muito por mim”.
Diva Menner já se considera uma vencedora por chegar à seminifinal, e ela não esperava chegar tão longe no programa. “Se eu tivesse engavetado meu talento, já teria surtado. Depois disso, grandes portas se abriram. Sei que também tenho uma missão de ser uma referência de mulher trans, de trazer coisas positivas”.