Moradores e autoridades também fazem levantamento dos estragos após enxurrada.
Nove pessoas seguem desaparecidas no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, após a forte chuva e a enxurrada que atingiram a região entre a noite de quarta (16) e madrugada de quinta (17), segundo a Defesa Civil estadual. Sete dos desaparecidos são de Presidente Getúlio, sendo cinco deles da mesma família. Há duas pessoas desaparecidas em Rio do Sul.
Ainda segundo a Defesa Civil, em boletim divulgado às 22h30 de quinta, 12 pessoas morreram por causa do temporal: onze em Presidente Getúlio e uma em Ibirama.
Na manhã desta sexta ainda pode chover forte, e há risco alto de deslizamentos no Vale do Itajaí. O tempo instável segue em Santa Catarina pelo menos até domingo (20).
As forças de segurança seguem fazendo buscas pelos desaparecidos. Também está sendo feito levantamento dos estragos. Há cães de busca auxiliando os bombeiros, segundo informou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, coronel Charles Alexandre Vieira, em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina desta sexta-feira (18).
“Formamos equipes e estamos no ‘front’ para retirar os dejetos, onde estão as possíveis vítimas, restos de madeira, pedras, árvores, emaranhado de detritos. É muito difícil, mas há esperança, e possivelmente encontrar alguém com vida será até um milagre, mas a gente trabalha sempre com isso”, disse o coronel.
Ainda na tarde de quinta-feira e na manhã desta sexta-feira (18), moradores começaram a limpar suas casas e comércios. A cidade ficou tomada de lama pelas ruas, residências e estabelecimentos.
Até as 22h30, havia 144 pessoas desalojadas e 55 desabrigadas em quatro cidades catarinenses: Ibirama, Rio do Sul e Lontras, no Vale do Itajaí, e Siderópolis, no Sul do estado. A Defesa Civil não divulgou o número de desabrigados e desalojados em Presidente Getúlio. Há famílias em abrigos na cidade.
Análise de encostas
A situação dos morros e encostas será analisada. O foco inicial das equipes foi retirar as pessoas de áreas risco e de locais isolados. Agora, o foco é buscar os desaparecidos.
“Todas essas em encostas desceram. Em Presidente Getúlio, no trajeto desse desmoronamento tinham muitas residências”, disse o comandante geral dos bombeiros.
O diretor de Gestão de Riscos da Defesa Civil de Santa Catarina, Felipe Gelain, resumiu o que foi feito nesta quinta e o que ainda é necessário fazer.
“Hoje [quinta], basicamente, o trabalho do pessoal de campo, seja da força-tarefa, Corpo de Bombeiros, bombeiros voluntários e Polícia Militar, foi em retirar essas famílias da área de risco, trazê-las para a proteção para depois a gente começar então a análise danos, a busca dos desaparecidos e dos possíveis corpos que podem não ter sido localizados ainda”.
Ao todo, 11 municípios do Vale do Itajaí, da Grande Florianópolis e do Sul registraram estragos, conforme o boletim da Defesa Civil. Os maiores estragos foram em Presidente Getúlio, onde a enxurrada levou até carros e trouxe lama para o Centro da cidade.
O trajeto onde fica o ribeirão no bairro Revólver ficou todo comprometido, conforme o comandante dos bombeiros voluntários de Presidente Getúlio, Alex Lima. São cerca de 4 quilômetros de ribeirão.
“Praticamente todo esse trajeto ficou comprometido com pedras, barreiras, estradas danificadas, etc”, afirmou o comandante. Cerca de 370 casas e 1,6 mil pessoas foram atingidas.