Futebol

Bundesliga: como Bayer Leverkusen alcançou a liderança após 6 anos

Ralf Ibing/Augenklick

Ralf Ibing/Augenklick

Em 13 de dezembro, o Bayer Leverkusen goleou o Hoffenheim por 4 a 1 e retornou à liderança da Bundesliga após 2284 dias. O clube, que não ficava no topo da classificação desde a terceira rodada da edição de 2014-15 (setembro de 2014), ainda conseguiu manter a posição na 12ª jornada com uma vitória contundente na última quarta-feira por 4 a 0 sobre o Colônia.

No intervalo de seis anos, muita coisa aconteceu. Kai Havertz surgiu durante deste intervalo no elenco principal, virou protagonista e acabou negociado com o Chelsea; foram quatro técnicos diferentes; e só seis nomes que atuaram na Bundesliga de seis anos atrás continuam no clube – Karim Bellarabi, Wendell, Lars Bender e Tin Jedvaj continuam jogando, enquanto Simon Rolfes e Stefan Kiessling já se aposentaram e trabalham em outras funções.

Mas como o Bayer Leverkusen, que nunca venceu o Campeonato Alemão, alcançou o topo em meio a uma dinastia do Bayern de Munique?

Com as ideias do treinador Peter Bosz cada vez mais assimiladas (ele está desde 23 de dezembro de 2018), o time tem conseguido tornar seu futebol de estilo ofensivo e de posse ser mais estável. A equipe é a única que ainda não perdeu na Bundesliga, e entre as cinco grandes ligas da Europa, somente Milan e Juventus também se encontram no grupo dos invictos.

Desde a chegada de Bosz, o Leverkusen registra uma média de 64,2% de posse de bola no campeonato, a segunda mais alta no período (64,2%). Entre o top 5 de campeonatos do continente, somente Manchester City (66,2%), Barcelona (65,2%), Bayern de Munique (64,5%) e Paris Saint-Germain (64,3%), aparecem à frente.

Sob o comando do holandês, a equipe ainda é a terceira que mais finaliza na Bundelsiga, com 933 – bem à frente de, por exemplo, o Borussia Dortmund (881). Aliás, os Werkself somam 125 pontos em 63 jogos com Bosz no Alemão, a mesma quantidade do time aurinegro, que tem um jogo a mais na comparação, após ter perdido para o Union Berlin nesta sexta-feira.

Porém, o que mais tem chamado atenção no Leverkusen nesta edição da Bundesliga são seus números defensivos, uma vez que o time levou apenas dez gols e tem a segunda melhor defesa da competição – o RB Leipzig sofreu nove. Bayern e Dortmund foram vazados 18 vezes cada.

O Leverkusen é atualmente só o sexto que mais finaliza e tem uma posse de bola alta, mas menor do que a média geral com seu atual treinador – registra 61,2% no momento. De qualquer forma, seu ataque é o segundo melhor, com os mesmos 27 gols do Union Berlin – o Bayern tem dez a mais.

Com um elenco equilibrado entre jovens e veteranos e sem protagonismos, um dos nomes mais promissores é Florian Wirtz, que estreou na temporada passada e era até sexta o mais jovem na história a marcar um gol na Bundesliga, sendo superado por Youssoufa Moukoko.

Após a transferência de Havertz, o meia de 17 anos tem sido uma referência criativa, somando 23 chances construídas – é o líder do elenco e o oitavo da Bundesliga no quesito. Ele é ainda o segundo principal garçom da equipe com quatro assistências, uma a menos do que Nadiem Amiri, além de ter dois gols. O artilheiro do time é Lucas Alario, que marcou oito gols, o dobro de Leon Bailey, o segundo colocado na estatística. Aliás, este quesito é um bom reflexo da coletividade do Leverkusen, uma vez 11 atletas diferentes já foram às redes em 12 partidas pelo Campeonato Alemão.

Sem nunca ter sido campeão alemão, o clube segue em busca de seu sonhado título inédito e, para isso, terá uma missão importante neste sábado, quando o líder recebe o vice-líder Bayern de Munique na BayArena, às 14h30 (de Brasília). Apenas um ponto separa as duas equipes (28 a 27).