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Corinthians fecha 2020 com pior aproveitamento em casa, mas celebra ano histórico com naming rights e acordos pela Arena

Rodrigo Coca / Agência Corinthians

Rodrigo Coca / Agência Corinthians

A vitória por 2 a 1 de virada sobre o Goiás, na noite da última segunda-feira (21) foi a despedida do Corinthians da Neo Química Arena em 2020. Justamente no ano que não pôde contar na maior parte dos jogos com o apoio dos torcedores em sua casa, o clube deu um ‘até logo’ ao estádio com um verdadeiro misto de sensações.

Sem o incentivo vindo das arquibancadas desde março pela pandemia da COVID-19, o Alvinegro viu 2020 ficar marcado como ano de pior aproveitamento da equipe em casa desde que sua arena foi inaugurada, em 2014.

Com dez vitórias em 23 jogos, o Timão fechou o calendário com 55% de aproveitamento dos pontos disputados em Itaquera, ‘tomando o posto’ que antes pertencia à temporada 2019.

Foi dentro de casa que o clube conheceu sua segunda eliminação ainda na primeira fase eliminatória da Conmebol Libertadores. Mesmo vencendo o Guarani (PAR) por 2 a 1, o Corinthians acabou eliminado em casa após ter perdido por 1 a 0 em Assunção.

Mesmo assim, o desempenho da equipe enquanto contava com a Fiel era superior ao atual: 66,6% de aproveitamento dos pontos, com três vitórias, um empate e uma derrota. Com as arquibancadas vazias, esse número despencou, beirando os 50%.

Veja abaixo o aproveitamento do Corinthians em casa desde a inauguração da Neo Química Arena*:

2014: 75,9%

2015: 80,0%

2016: 78,4%

2017: 69,6%

2018: 64,5%

2019: 61,4%

2020: 55,0%

Se dentro dos gramados o Corinthians teve um 2020 duro em Itaquera, fora deles o ano foi de comemoração. Em evento realizado em 1º de setembro, dia que o clube completou 110 anos, a diretoria anunciou acordo com a Hypera Pharma, empresa do mercado farmacêutico, para a venda do tão sonhado naming rigths do estádio, que passou a se chamar Neo Química Arena.

O projeto para o ‘batismo’ da casa alvinegra era o principal pilar do retorno de Andrés Sanchez ao cargo de presidente do Corinthians. Meses antes de deixar o cargo, que será ocupado a partir de janeiro por Duílio Monteiro Alves, o dirigente fechou acordo de 20 anos para renomear o estádio corintiano, que renderá cerca de R$ 300 milhões aos cofres do clube no período.

Outro fato muito comemorado pela diretoria sobre a Neo Química Arena aconteceu já no fim de novembro. Após longa negociação, o Corinthians chegou a acordo com a Caixa Econômica Federal e a Odebrecht sobre a dívida total do estádio, que agora tem saldo a quitar definido em R$ 569 milhões a serem pagos em parcelas anuais, e não mais mensais.

Além do formato de pagamento, mudou também o prazo para a quitação. O primeiro acordo previa 2028 como data limite para o clube zerar as pendências com a Caixa Econômica Federal. Agora o vencimento da última prestação ficará só para 2039.

Na prática, isso quer dizer que a próxima diretoria poderá utilizar boa parte da receita obtida com os jogos no estádio a partir de 2021. A expectativa do Corinthians é de que receita bruta anual com bilheteria nos jogos em casa chegue à ordem de R$ 60 milhões, sendo que cerca de R$ 40 milhões fiquem nos cofres do clube.

Com o acordo fechado em R$ 569 milhões, o Corinthians terá de arcar com algo em torno de R$ 269 milhões em pagamentos nos próximos 18 anos. Os R$ 300 milhões restantes serão contemplados com o repasses anuais da Hypera Pharma pela venda de naming rights da Neo Química Arena.