Celebração foi organizada pela equipe multidisciplinar da unidade hospitalar
O casal mora no município de Cajueiro, distante 54 quilômetros da capital. Ao longo desses 50 anos, os dois construíram uma família, formada por seis filhos, 17 netos e dois bisnetos. Josefa deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HM no dia 17 deste mês, uma quinta-feira, após ter recebido o primeiro atendimento no Hospital Geral do Estado (HGE), localizado no bairro Trapiche da Barra, em Maceió.
Com a testagem positiva para a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, ela, que também é hipertensa e diabética, chegou ao HM com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Já Antônio Pedro de Oliveira deu entrada no HM no último domingo (27), 10 dias após sua mulher ter sido internada no hospital.
Transferido da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jacintinho, ele chegou ao HM com o histórico de quadro gripal, que incluía tosse seca, febre, dores musculares, sensação de fraqueza e dor de cabeça. Desde então, Antônio Pedro de Oliveira está internado num dos leitos da semi-intensiva para o tratamento da Covid-19.
Depois de doze dias sem contato algum com sua mulher, Antônio Pedro de Oliveira recebeu a notícia que tanto pedia em suas orações: finalmente a amada, com quem divide a vida há cinco décadas, seria transferida do leito da UTI para a semi-intensiva. A emoção tomou conta do seu coração e, claro, as lágrimas escorreram pelo seu rosto, ao saber que eles iam dividir a mesma enfermaria.
“Ter visto a minha mulher se recuperando e saindo da UTI foi recompensador. Fiquei muito feliz e, ao mesmo tempo, impressionado. O pessoal disse que eu teria uma surpresa, mas não imaginava que a gente ganharia uma festa pra comemorar o nosso casamento. Quando ela saiu de casa para ser internada, pensava, dia e noite, se ela voltaria ou não. A gente fica com uma tristeza no coração. Ela é o amor da minha vida. Se a gente tá aqui hoje, é porque Deus possibilitou de a gente viver junto de novo, criar os nossos filhos, netos e bisnetos”, disse ele, com a voz embargada.
E Zeza, por sua vez, também se derreteu em elogios ao parceiro que, segundo ela, escolheu há viver para sempre. “Foi uma emoção rever meu marido. Esse hospital foi uma porta que Deus abriu pra curar a nossa saúde. Obrigada a cada profissional, pelos remédios, pela comida e pelas palavras. Não há nada que pague”, elogiou “Zeza”, ao unir suas mãos com as do marido e levá-las a altura do seu peito.