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Mauricio Pochettino, técnico do PSG, adora Ronaldinho e se divertiu ao vê-lo humilhar Heinze com caneta: ‘Vai, juvenil’

Reprodução/PSG

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Depois de fazer sucesso no Tottenham, Mauricio Pochettino irá estrear como treinador do Paris Saint-Germain contra o Saint-Étienne, pela 18ª rodada do Campeonato Francês, nesta quarta-feira, às 17h (de Brasília). Ele não terá Neymar, que se recupera de entorse no tornozelo esquerdo sofrida em 13 de dezembro, e outros sete jogadores.

O principal objetivo do argentino no comando da equipe francesa é muito claro: domar um conturbado vestiário cheio de estrelas e conquistar a inédita Champions League, torneio que ele foi finalista em 2019 – e o clube na última temporada.

Se por um lado faltam títulos de expressão no currículo de Pochettino como técnico, por outro, ele tem a vantagem de conhecer o PSG como poucos. Afinal, foi zagueiro e capitão do PSG por três anos (entre 2000 e 2003), sendo campeão da Copa Intertoto da Uefa em 2002.

“O maior desafio para o Pochettino será ganhar um título de expressão como a Champions. Ele sempre se deu bem com os brasileiros e vai se dar bem com o Neymar, que é o melhor jogador brasileiro. Será uma coisa boa para os dois”, disse Alex Dias, que jogou com o argentino no PSG, ao ESPN.com.br.

O treinador tem experiência em lidar com craques. Além de ter jogado com André Luiz, Paulo César, Aloisio Chulapa e Vampeta, ele foi colega de time de Ronaldinho Gaúcho.

“Logo que cheguei à Paris, o Ronaldinho me disse que o grupo era ótimo muito por causa do jeito do Pochettino, que era o líder e o capitão do time. Ele era uma pessoa que ajudava demais na integração com os franceses. Se preocupava com a gente, queria saber se estava tudo bem com as nossas família”, disse o ex-lateral-esquerdo André Luiz, ao ESPN.com.br.

O camisa 10 era era um jovem de 22 anos recém-campeão do mundo com a seleção, em 2002.

“Foi um grande companheiro quando jogámos juntos no PSG e passamos bons momentos juntos, mas não fora do campo. Vocês [jornalistas] sabem a razão…”, disse Pochettino, em uma coletiva em 2019.

Uma vez, o argentino fez seu compatriota Gabriel Heinze, ex-Real Madrid e Manchester United, que jogou três Copas do Mundo, levar uma lição do brasileiro.

“Teve uma vez no treino que o Pochettino falou para o Ronaldinho: ‘Hoje, eu e o Heinze vamos dobrar a marcação em você’. O Ronaldinho falou: ‘Se vier para cima eu vou dar caneta, hein! ‘ Antes do treino, todo mundo pensava: ‘Será que ele vai dar uma caneta hoje?’ O Heinze ainda desafiou: ‘Duvido que você consegue porque quem vai te marcar hoje sou eu’”, disse, André Luiz, aos risos.

O brasileiro garante que o técnico Luiz Fernández acabou as atividades imediatamente.

“O treino tinha começado só há uns dez minutos, mas o nosso treinador falou: ‘Pode parar o treino. Por hoje, chega! Está todo mundo liberado’. Todo mundo começou a gargalhar. O Heinze estava preparado e mesmo assim levou a caneta. O Ronaldinho era realmente fora de série”, elogiou.

“Era comum os brasileiros darem canetas nos argentinos. O Heinze ficou muito bravo (risos). O Pochettino, que era mais técnico, ainda zoou: ‘Vai juvenil, quer dar o bote? Quer ir com tudo achando que vai pegar a bola!’ A gente brincou demais com Heinze depois disso”, relatou.

Líder natural e sem estrelismo

O ex-zagueiro argentino foi projetado no Newell’s Old Boys em 1988, e pelo qual jogou até 1994, ganhando dois Argentinos antes de ir atuar no futebol europeu. Titular da equipe de Marcelo Bielsa, ele foi derrotado na final da Libertadores de 1992 pelo São Paulo, um ano antes de André Luiz ser promovido ao time principal tricolor.

“Lembro que a gente conversou sobre àquela final. O Pochettino era titular da zaga deles ao lado do Gambôa [que perdeu o pênalti que deu o título ao São Paulo]. Ele falava que era a geração deles era muito boa e que teve a sorte de trabalhar com o Bielsa”, disse.

“O Bielsa foi um cara que passou muitas coisas para o Pochettino não só da parte tática, liderança e posicionamento, mas também fora de campo. Tenho certeza que é alguém que ele se espelhou”, afirmou.

Na Europa, Pocchetino defendeu PSG, Bordeaux e Espanyol, no qual pendurou as chuteiras, em 2006. Pela seleção argentina, ele jogou a Copa do Mundo de 2002 e a Copa América de 1999.

Começou como treinador em 2008 no Espanyol, no qual permaneceu até 2012. Depois, ficou duas temporadas no Southampton até chegar ao Tottenham, no qual ficou de 2014 a 2019.

“Ele tinha uma liderança forte e sempre nos tratou muito bem. Era um cara bacana que conversava com todo mundo. Era mais sério e na dele”, disse Alex Dias.

Neste período, Pochettino conseguiu ir ainda mais longe que o antigo mestre, Bielsa.

“É um cara espetacular, inteligente e sabia comandar o vestiário desde aquela época. Dava pra ver que se quisesse seria um grande treinador pelo perfil que tinha. Sabia conversar com os jogadores e tinha uma liderança natural e muita personalidade”, elogiou André Luiz.

“Ele gosta de brasileiros, não tem rivalidade com a gente. Ele curte quem é profissional e quem cumpre as obrigações. Ele nunca precisou gritar e nem fazer ‘trairagem’ para ser respeitado. Era uma liderança natural”, relatou.