A candidata Glauce Marcelino Mendonça viajou de Saquarema (RJ) para Campinas (SP) para prestar a 1ª fase da Unicamp mantendo a rotina que a acompanha em todos os vestibulares. Ela chegou ao campus da Unip, no bairro Swift, acompanhada da mãe, Maria Catarina Mendonça, de 69 anos, que tem as duas pernas amputadas, mas não sai do lado da filha em um momento tão importante.
Juntas, as duas já viajaram para Glauce tentar uma vaga, além da Unicamp, em cursos de ensino superior de universidades de Macáe, Juiz de Fora e Santos. Em Campinas, a idosa vai ficar do lado de fora, em uma barraca que vende água, protegida do sol e do calor, aguardando a filha terminar o exame. Ela foi auxiliada por fiscais para se locomover com a cadeira de rodas.
“Onde eu vou, ela vai junto. Eu já levei ela para vários lugares. É ela quem me dá sorte”, disse a candidata de 37 anos.
Formada recentemente em logística, Glauce, que também faz artesanato, tenta uma vaga para cursar Artes Visuais na Unicamp e, por conta das dificuldades do ensino remoto e da conclusão da outra faculdade, ela afirmou que não conseguiu se preparar como queria. O exame acontece nesta quarta (6) e quinta-feira (7). Ao todo, são oferecidas 3.237 vagas em 69 cursos de graduação.
Nesta edição, a Unicamp dividiu a 1ª fase do processo seletivo em dois dias com objetivo de evitar aglomerações. Por isso, os 43.631 candidatos dos cursos das áreas de ciências biológicas/saúde serão avaliados na quinta-feira.
Em cada dia, a prova é composta pelas seguintes questões:
O total de inscritos foi de 77,6 mil, incluindo recorde de estudantes oriundos da rede pública. A Unicamp faz um apelo para que cursinhos não promovam atividades com aglomerações nas portas das escolas e orienta os candidatos a evitar “torcida” presencial de pais e amigos, por exemplo.
A orientação é para que estudantes com suspeita de Covid-19 não saiam de casa para fazer a prova. Já participantes devem manter espaçamento entre si de ao menos 1,5 metro, dentro e fora das salas.