Apenas serviços essenciais poderão funcionar na capital a partir da próxima segunda-feira (11). Cidade bateu três recordes consecutivos de ocupação de leitos de UTI.
Depois de bater três recordes consecutivos na taxa de ocupação de leitos de UTI, Belo Horizonte vai voltar a fechar as portas de seu comércio, numa tentativa de conter o avanço da Covid-19.
O prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou, em suas redes sociais, que apenas os serviços essenciais poderão funcionar na cidade já a partir da próxima segunda-feira (11): “Sexta-feira o decreto vai ser publicado e segunda-feira a cidade está fechada”, disse o prefeito.
O que a prefeitura considera como ‘serviços essenciais’?
Na tarde desta quarta-feira, houve uma nova reunião do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 para analisar os indicadores da doença na cidade, que não param de piorar (leia mais sobre eles abaixo). E a decisão foi pelo fechamento de tudo o que não for essencial, exceto praças públicas e o zoológico, com visitas agendadas.
“Chegamos ao limite da Covid-19. Nós avisamos, nós tentamos avisar. Tentamos manter a cidade aberta há 10 dias, quando os números ainda eram perigosos, mas nós tínhamos, pelo menos, uma expectativa de responsabilidade (…) O comerciante tem que se preparar porque sexta-feira nós estamos soltando um decreto voltando a cidade à estaca zero”, disse Kalil.
‘Nós estamos em uma semana decisiva’, diz Kalil sobre a alta do número de casos de Covid-19 em Belo Horizonte
Assim como tinha feito na época do natal e na última semana, o prefeito voltou a dizer que a vacina está chegando e falou que as altas nas internações ocorreram em decorrência das festas de fim de ano:
“Temos casos hoje em hospitais particulares de famílias inteiras que passaram o natal juntos, infectados e internados. Nada mais triste pra mim do que vir falar isso aqui hoje. Nós estamos chegando na praia. A vacina está chegando. Nós estamos preparados pra vacinar. Estamos na bica pra acabar com isso. Mas parece que ninguém está entendo a gravidade dessa doença.”
Indicadores em alerta
Cumprindo as previsões das autoridades de um janeiro “tenso e sombrio”, Belo Horizonte nem completou ainda primeira semana do ano e já bateu três recordes consecutivos da taxa de ocupação de leitos de UTI, um dos principais indicadores usados para monitorar o avanço da Covid-19 na capital.
A taxa agora atingiu 86,1% – o maior valor desde agosto, quando a prefeitura começou a fazer a medição considerando os hospitais públicos e particulares. Antes disso, a capital chegou a registrar 92% de ocupação desses leitos, em julho.
Esse indicador está em alerta vermelho, o mais preocupante. E os outros dois indicadores – internações nas enfermarias e taxa de transmissão do vírus – estão em alerta amarelo.
O boletim epidemiológico da prefeitura também traz a informação de que 707 novos moradores da capital foram registrados com Covid-19 só nas últimas 24 horas. Nesta quarta (6), houve recorde nessas notificações em um dia no estado (leia mais sobre isso abaixo).
Ao todo, 65.848 pessoas já se infectaram na cidade, das quais 1.915 morreram. Foram 14 mortes desde a véspera.
O boletim também divulga a taxa de incidência de Covid-19 no município, que está em 163,4 por 100 mil habitantes. Para as aulas voltarem, a taxa tem que estar em 20 por 100 mil.
Recorde no estado
Até esta quarta-feira (6), Minas Gerais já teve 566.207 casos confirmados de coronavírus, dos quais 12.211 acabaram em morte. Nas últimas 24 horas, houve recorde de registros de pacientes infectados no estado: foram 7.715 a mais, sendo 128 óbitos.
Até então, o maior número de casos em 24 horas no estado tinha sido registrado em 31 de dezembro, de 6.865 casos.
Dentre os pacientes infectados pela Covid-19, 44.358 seguem em acompanhamento, internados ou em isolamento domiciliar. E 509.638 mineiros são considerados “recuperados” da doença, ou seja, são pessoas que receberam alta hospitalar e/ou cumpriram isolamento domiciliar de dez dias e estão há 72 horas assintomáticos e sem intercorrências.
Ao todo, 517.722 mineiros já tiveram que ficar em isolamento domiciliar, à espera da recuperação de infecção por Covid-19, desde o início da pandemia. Outros 48.485 tiveram o quadro mais grave da doença e precisaram de internação hospitalar, na rede pública ou privada.
Minas Gerais já teve casos registrados de Covid-19 em todos os seus 853 municípios.