A companhia aérea Gol acionou a Polícia Federal na terça-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, depois que o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) se recusou a usar máscara de proteção facial num voo com destino a Brasília. Em um vídeo postado nas redes sociais em que dá a sua versão do episódio, o parlamentar afirma que pretende continuar “lutando contra essa focenheira ideológica”, mas nega ter sido retirado da aeronave.
Silveira alega possuir um atestado médico que o libera, por ter cefaléia, do cumprimento da lei que exige o uso do equipamento de proteção em voos em razão da pandemia do novo coronavírus. Ele se vale do artigo da lei que afirma que “será dispensada no caso de pessoas com transtorno do espectro autista, com deficiência intelectual, com deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara de proteção facial, conforme declaração médica, que poderá ser obtida por meio digital, bem como no caso de crianças com menos de 3 (três) anos de idade”.
O deputado, que costuma fazer postagens contra o uso de máscara com a alegação de que o equipamento não garante proteção contra o novo coronavírus, também afirmou que pretende processar a Gol por causa do episódio.
— Começaram a chamar a Polícia Federal dizendo que iam me prender — afirma o parlamentar no vídeo.
Silveira também afirma que uma atendente da companhia aérea tentou “imputar” ao seu chefe de gabinete, que o acompanhava, um crime ao dizer que ele a havia agredido. O funcionário do deputado nega essa hipótese e diz que estava de máscara.
Procurada, a Gol não se manifestou. Policial militar, Silveira foi eleito em 2018 na onda bolsonarista. Ele ganhou notoriedade ao quebrar uma placa de rua em homenagem à vereadora Marielle Franco durante um comício.