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Preso por matar homem carbonizado disse que crime foi por vingança

G1

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O suspeito que foi preso por ter ateado fogo em um homem em situação de rua, na cidade de Dias D’Ávila, na região metropolitana de Salvador, disse à polícia que teria cometido o crime por vingança.

O crime aconteceu na madrugada de quarta-feira (3). A vítima dormia no momento em que o suspeito se aproximou e jogou um líquido inflamável no corpo dele, ateando fogo em seguida. Toda a situação foi filmada por uma câmera de segurança.

O caso aconteceu na Praça António Carlos Magalhães. As chamas se alastram muito rápido e o homem morreu carbonizado. O suspeito foi preso horas depois, ainda com o material que usou para atear fogo na vítima.

A vítima foi identificada preliminarmente como Erivelton Guimarães, de 58 anos. O suspeito, que não teve o nome divulgado, falou em depoimento que teria sido vítima de agressões, cometidas por um amigo de Erivelton, no dia anterior ao crime.

Ainda de acordo com o suspeito, Erivelton teria assistido as agressões e estimulado a situação. A polícia não informou se o amigo da vítima também vai prestar depoimento.

A irmã de Erivelton, Elizabete Guimarães, disse que ele tinha histórico de dependência de álcool, mas que não era uma pessoa violenta. Erivelton estava desaparecido há um tempo e a família estava a sua procura.

“Eu já vim ainda achando que seria ele, porque há muito tempo a gente estava procurando ele. Ele aparecia e desaparecia, e a gente já estava agilizando de vir procurar ele. O aniversário dele foi agora dia 31 de janeiro. Foi uma crueldade. Isso não é [atitude] de ser humano não. Meu irmão era tranquilo, o problema dele só era a bebida”

Ainda segundo a irmã da vítima, Erivelton era uma pessoa querida no bairro onde morava antes de sair de casa. Vizinhos e amigos prestaram solidariedade à família.

“Lá no bairro mesmo, onde ele morava com minha mãe, ele é querido. Está todo mundo perguntando o horário do enterro, porque quer ir. Ele não era de má índole. E um cara desses… se vê que foi premeditado. Eu peço aos moradores de rua que, se têm casa, voltem para suas casas. Voltem. Pelo menos quem tem pai, tem mãe, tem irmão, que podem cuidar”.

Abalada, Elizabete falou ainda sobre a crueldade como crime foi cometido. Ela pede justiça pela morte do irmão.

“Eu sou a irmã mais velha dele e estou acabada. Com a vida totalmente descontrolada, porque foi muita crueldade. Eu acho que nem um animal feroz faz o que esse homem fez com meu irmão. Porque pela gravação se vê que ele tentou tocar fogo uma vez, tentou a segunda e a terceira. Isso não é coisa de gente, é de monstro. Esse homem é um monstro”.