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R$ 602,5 milhões em seis anos: como rival do Palmeiras no Mundial saiu do ostracismo e conseguiu tirar astro do futebol europeu

FIFA

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Em pouco mais de dez anos, o Tigres-MEX deixou de ser uma equipe que lutava contra o rebaixamento para virar uma potência no México, empilhar diversos títulos e rivalizar com o Palmeiras na semifinal do Mundial de Clubes, no domingo.

Não há fontes oficiais para determinar o valor da folha salarial mensal ou anual do Tigres, mas segundo o jornalista Victor Álvarez, da ESPN México, o clube tem um orçamento de 50 milhões de dólares (R$ 268,5 milhões) por temporada. Somente o astro francês André-Pierre Gignac ganha anualmente 4 milhões de euros (R$ 25,89 milhões).

Uma realidade impensável em décadas passadas.

O clube, que pertence à Universidad Autónoma de Nuevo León, cedeu o futebol em 1996 por 30 anos para a poderosa empresa de cimentos Cemex (Cementos Mexicanos), que criou uma subsidiária chamada Sinergia Deportiva.

Os resultados, porém, não eram dos melhores. Entre 2007 e 2009, a Cemex demitiu três presidentes e cinco técnicos. A equipe estava à beira da queda para a segunda divisão, o que a levaria ao ostracismo em termos financeiros, quando resolveu apostar na contratação do técnico Tuca Ferretti, que havia passado com sucesso por outros times mexicanos.

O treinador brasileiro não somente salvou o time da degola como no ano seguinte venceu o Apertura da Liga Mexicana. Depois disso, passou a brigar por títulos em quase todas as temporadas, faturando nove taças.

Com o sucesso, passou a ser um dos clubes mais populares e respeitados do país também no modelo de gestão. O Tigres não costuma apostar na base e tem uma política de evitar entrar em leilão por jogadores. Para isso, faz acordos com os reforços seis meses antes de trazê-los. Mesmo assim, gastou cerca de 93,09 milhões de euros (R$ 602,5 milhões na cotação atual) nas ultimas seis temporadas, segundo o Transfermarkt, site especializado em transferências.

Antes da pandemia, as rendas da equipe vinham de vendas de bilheteria (os ingressos estão quase sempre esgotados), pagamento de direitos de TV e patrocinadores.

O clube vende poucos jogadores a cada temporada e procura ter uma alta taxa de manutenção do elenco. Algo quase impensável para a realidade dos clubes brasileiros.

Outra mudança de patamar aconteceu em 2015, o Tigres surpreendeu o mundo ao contratar André-Pierre Gignac, então vice-artilheiro da Ligue 1 pelo Olympique de Marselha e presença constante na seleção francesa.

Alejandro Rodríguez, presidente do Tigres à época, contou que o processo todo durou cerca de oiro meses. O cartola ficou quase dois dias sem dormir – por causa do encerramento da janela de transferências – para fechar a contratação do centroavante.

Além de um contrato milionário, Gignac foi convencido pelo projeto ambicioso do Tigres e pela força da torcida mexicana. Com isso, o francês não apenas virou ídolo e o maior artilheiro da história do Tigres, como colocou o clube no mapa internacional. O jogador foi chamado várias vezes para defender a seleção da França.

Vice-campeão da Libertadores de 2015, o time mexicano perdeu a final da Champions League da Concacaf antes conquistar a maior glória de sua história: o título continental em 2020.