Crime cruel, por motivo fútil, praticado covardemente sem oferecer chances de defesa à vítima. Diante do fato bárbaro, identificados os autores materiais do assassinato do cidadão Raul Pablo da Silva, ocorrido no Loteamento Morada do Alto, no bairro Chã do Pilar, no município do Pilar, no dia 31 de janeiro de 2021, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) por meio da Promotoria de Justiça da Comarca, ofereceu denúncia com pedido de prisão preventiva em desfavor de Luiz Carlos Gomes de Araújo, preso em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver, estendendo o pedido a Geraldo da Silva Félix, conhecido como “Mago” e Venícius Nogueira dos Santos, conhecido como “mano louco”, ambos já presos mas por outras ações criminosas. Todos são acusados por Homicídio Qualificado e Ocultação de Cadáver. A motivação do crime seria débito com o tráfico de drogas.
“Como garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, entendemos que os acusados devem ficar presos. A ordem pública não foi abalada somente pelo crime cometido e na forma como fora, que por si só seria suficiente à prisão cautelar. No caso em apreço, a imprescindibilidade de se amparar a ordem pública também decorre do fato de serem os denunciados pessoas afetas à pratica criminosa. Apontamos que a necessidade de se prevenir a reprodução de novos delitos é motivação bastante para a decretação e/ou manutenção da preventiva”, ressalta o promotor.
De acordo com os autos, Raul Pablo da Silva era usuário de drogas e estaria em débito com os traficantes, motivo que o levou à morte. Testemunhas do homicídio reportaram a autoria aos nomes acima mencionados, detalhando os requintes de crueldade.
O fato
Na madrugada do dia 31 de janeiro, os acusados participavam de uma festa quanto teriam avistado a vítima. “Mago” abordou Raul Pablo pegando-o pelo pescoço, chamando-o ironicamente de “prego”, referindo-se a ele como devedor – já que os acusados do assassinato seriam traficantes-, e em seguida o levou para dentro de uma casa. Minutos depois, Raul Pablo foi arrastado para a rua onde começou uma sessão de pura tortura.
“De forma bárbara, impiedosa, inclusive causando comoção da sociedade, a vítima foi espancada com murros, chutes, socos e, como se não bastasse, insatisfeitos, os criminosos desferiram-lhes golpes a pauladas e pedradas até desmaiar dando sequência à violência que resultou na morte. Depois disso, planejaram e executaram a ocultação do cadáver, encontrado somente vinte dias após quando o Luiz Carlos resolveu levar a polícia ao local onde o corpo foi enterrado”, explica Sílvio Azevedo.
Após se certificarem de que a vítima já estaria morta, os denunciados providenciaram a ocultação do cadáver, enterrando o corpo em uma cova rasas numa baia que fica a um sítio próximo ao local do crime.