Advogado Maurizio Rodrigues Spinelli disse que deputado sempre esteve com celulares e não foi feito pedido para que ele entregasse. Versão contradiz afirmação de outro advogado dizendo que não sabia de quem eram aparelhos.
A defesa do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) mudou a versão sobre de quem seriam os celulares encontrados junto com o parlamentar enquanto ele estava preso na sede da superintendência da Polícia Federal, no Centro do Rio.
O advogado de defesa Maurizio Rodrigues Spinelli disse que o deputado sempre esteve com os dois celulares e não teria sido feito um pedido para que ele entregasse os aparelhos.
A informação foi dada após o deputado federal ter prestado depoimento para o Ministério Público Federal (MPF) no Batalhão Especial Prisional (BEP), onde permanece preso.
O advogado disse ainda que o prédio, onde o parlamentar estava, é um edifício administrativo e não funciona como um presídio convencional. Spinelli classificou como um “ato contínuo” a permanência dos aparelhos junto com Daniel Silveira.
A versão apresentada nesta sexta-feira (26) contradiz a declaração de André Rios, outro advogado de Silveira. No dia em que os aparelhos foram apreendidos, a defesa afirmou que não sabia de quem eram os celulares e como foram parar lá.
“Não sei. Vocês têm que esperar o fim da apuração da PF para poder saber quem foram os responsáveis, como foi feito, aí eu não sei”, disse o advogado André Rios na época da prisão.
PF fala que deputado foi revistado
Segundo a PF, Daniel e seus pertences foram revistados antes de o deputado entrar no espaço em que ficou acautelado. O seu telefone celular foi entregue a um assessor.
Seis pessoas visitaram o parlamentar entre a manhã de quarta-feira (17) e a tarde de quinta-feira (18), quando ele foi transferido para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Entre elas, dos deputados de seu partido: o deputado estadual Rodrigo Amorim e a deputada federal Major Fabiana.
Relembre a prisão
A prisão de Daniel Silveira foi decretada na terça (16) pelo ministro Alexandre de Moraes, referendada por unanimidade pelo plenário do tribunal na quarta (17) e mantida pela Câmara dos Deputados na sexta (18). A PGR também denunciou Silveira.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Daniel Silveira foi preso após ter divulgado um vídeo no qual fez apologia ao Ato Institucional 5 (AI-5), instrumento de repressão mais duro da ditadura militar, e defendeu a destituição de ministros do STF. As reivindicações são inconstitucionais.