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NBA: Como os Lakers podem acabar pagando R$ 1,4 bilhão só de multas por seu elenco na próxima temporada

Um time campeão geralmente é caro. Em 2019, o Toronto Raptors pagou US$ 25 milhões em taxas de luxo (espécie de multa criado pela NBA onde os times têm que pagar uma quantia em dinheiro para cada dólar excedido no teto salarial). Em 2018, o Golden State Warriors pagou US$ 32 milhões. Quando o Cleveland Cavaliers levantou o troféu em 2016, a conta foi de US$ 54 milhões.

Mas o Los Angeles Lakers conseguiram um feito raro na última temporada: ganhar o título da NBA sem pagar a taxa de luxo.

E isso é bom, porque unir LeBron James e Anthony Davis em uma espécie de dinastia pode ser muito caro. Quão caro? A folha de pagamentos da franquia e conta de taxa de luxo podem exceder os US$ 250 milhões (R$ 1,4 bilhão) na próxima temporada.

O futuro free agent Dennis Schroder se tornou elegível para renovar em 16 de fevereiro. E dado como ele se tornou um jogador impactante ao aliviar o fardo de LeBron na armação, os Lakers são incentivados a manter o alemão, um armador que eles não conseguem repôr via mercado.

Schroder recusou uma renovação na pré-temporada dos Lakers, com os dois lados voltando a negociar agora, segundo fontes da ESPN disseram a Adrian Wojnarowski. Mas conforme eles conversam, os Lakers têm que manter um olho nas contas, porque os números podem forçá-los a tomarem decisões difíceis.

Na última offseason, os contratos de Davis e Kentavious Caldwell-Pope – mais a contratação de Montrezl Harrell – empurraram os Lakers para a zona da taxa de luxo pela primeira vez desde 2013-14. No ano que vem eles verão as renovações de James e Kyle Kuzma chegarem na folha também.

Enquanto isso, a maioria dos coadjuvantes – Harrell, Alex Caruso, Markieff Morris, Talen Horton-Tucker e Wesley Matthews – podem se tornar agentes livres. Os Lakers ainda devem US$ 5 milhões para Luol Deng na próxima temporada, o último ano de uma decisão de “waive-and-stretch” em 2018.

O mercado de 2021 traz nomes como Giannis Antetokounmpo, Paul George, Rudy Gobert e James elegíveis para assinar renovações para ficar com seus times atuais. Mas ainda pode ter 10 franquias com espaço de US$ 20 milhões e outras com US$ 10 milhões no teto salarial.

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Isso significa que os Lakers podem ter concorrência para manter seus coadjuvantes. Executivos da liga acreditam que Caruso pode ganhar até cerca de US$ 9,5 milhões. Ele ganha atualmente US$ 2,7 milhões.

Horton-Tucker é outro jogador que pode ter uma free agency intrigante. Ele tem 6,7 pontos e 2,5 assistências, mas os times têm o observado com atenção. Porém, os Lakers têm a opção de igualar qualquer proposta por ele, já que ele será um agente livre restrito.

O salário de Horton-Tucker não pode ser maior do que a “midlevel exception”, que é de US$ 9,5 milhões. Mas os times rivais podem fazer o famoso contrato “pílula venenosa”, para dificultar que outros igualem. Jeremy Lin e Tyler Johnson são casos assim do passado. Então, se um time quiser pressionar os Lakers, pode oferecer um acordo na casa dos quatro anos e US$ 60 milhões para Horton-Tucker, com os dois últimos anos rendendo US$ 19,7 milhões e US$ 20,7 milhões ao atleta.

E tem também Harrell, que pode sair do seu contrato e ser pago até US$ 11,5 milhões pelos Lakers se eles quiserem renovar. Com Marc Gasol na fase final de carreira e poucas formas de substituir Harrell no mercado, mantê-lo também pode ser uma prioridade.

O que traz novamente à decisão esperando o gerente-geral dos Lakers, Rob Pelinka: o que fazer com Schroder?

Na última offseason, armadores de qualidade similar a Schroder foram bem no mercado. Bogdan Bogdanovic assinou por quatro anos e US$ 72 milhões com o Atlanta Hawks. Fred VanVleet conseguiu quatro anos e US$ 85 milhões dos Raptors. Há dois anos, DeJounte Murray assinou por quatro anos e US$ 64 milhões com o San Antonio Spurs, o que pode ser o piso da negociação com Schroder. Manter Caruso, Horton-Tucker, Schroder e Harrell no potencial de mercado deles pode empurrar a folha salarial dos Lakers para US$ 150 milhões (R$ 840 milhões). Isso sem preencher o elenco sem outros veteranos ou trazendo de volta Morris ou Matthews.

Uma vez que isso estiver feito, mesmo com só salários mínimos, os Lakers podem estar diante de uma folha de cerca de US$ 170 milhões para manter o time intacto. Adicione mais de US$ 100 milhões de taxa de luxo e os compromissos do time ficariam entre US$ 250 milhões a US$ 270 milhões.

Os Lakers são uma franquia rica. Eles têm o maior acordo de TV da liga, que rende cerca de US$ 200 milhões aos cofres. Gastar não tem sido um problema. Desde que a taxa de luxo passou a valor, em 2002-03, a família Buss já deu luz verde para gastar mais de US$ 120 milhões em valores excedentes do teto salarial.

Esses números são uma novidade que virão após dois anos de prejuízo pela pandemia. Mas ninguém deve se sentir mal, os Lakers são uma das franquias mais ricas e mais valiosas do mundo. Os dois futuros Hall da Fama deles estão assegurados.

Mas a franquia terá um ou outra decisão importante a tomar.