O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou nesta terça-feira (9) que o Brasil não excluiu a China da construção da rede 5G privativa do governo e que o país sequer demonstrou “interesse” no assunto.
Fábio Faria foi questionado sobre o tema ao participar de audiência pública, organizada pelo grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que acompanha a implementação do 5G no Brasil.
A implementação se tornou uma disputa entre Estados Unidos e China. Em novembro do ano passado, o Brasil declarou apoio ao plano do governo norte-americano, à época chefiado por Donald Trump.
“A gente não exclui um país. A gente não exclui a China, para ser bem direto. Se eles quiserem participar, eles observem lá como é o acordo de acionistas deles. Se eles quiserem se adequar para classificarem, para fazer essa rede de governo, eles entram, mas é um direito do governo de escolher o seu parceiro. Eu estive na China e percebi claramente que eles não têm interesse em fazer a rede privativa do governo”, declarou Fábio Faria nesta terça.
O 5G deve proporcionar velocidade muito maior de internet móvel. Um dos grandes pontos é a ampliação do serviço de internet das coisas (IoT na sigla em inglês).
O edital do leilão do 5G, aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em fevereiro, prevê que as operadoras que vencerem a disputa deverão criar uma rede privativa de comunicação para a administração pública federal.
O objetivo da rede privativa é ser um canal seguro para comunicação estratégica do governo. A empresa que fornecer equipamentos para essa rede deverá seguir padrões de transparência e governança corporativa.
Conforme o ministro das Comunicações, o governo fixou critérios para a empresa que vai fornecer equipamentos e qualquer empresa pode se candidatar.
Segundo o ministro, a empresa chinesa Huawei não se enquadra nos critérios de transparência e governança exigidos pelo Brasil. Ele acrescentou, no entanto, que a empresa não demonstrou interesse em fornecer equipamento e que o objetivo da companhia seria a operação comercial do 5G. A Huawei é líder global na tecnologia.
A rede segura no Brasil será composta de uma rede móvel de fibra ótica, limitada ao Distrito Federal, e de uma rede fixa para atendimento dos órgãos públicos federais.
O governo do presidente Jair Bolsonaro vinha sendo pressionado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para restringir a participação da empresa chinesa como fornecedora de equipamento para o 5G brasileiro.
Quem disputa o leilão são as operadoras de telefonia celular. As operadoras deverão contratar empresas que fornecem os equipamentos. São esses os equipamentos fornecidos pela Huawei.