Decisão será tomada em assembleia da categoria após negativa das empresas em manter o plano de saúde e o ticket alimentação.
A assembleia dos trabalhadores em transportes rodoviários, marcada para o próximo sábado, 3, pode ser decisiva para que a categoria deflagre uma greve geral. A alegação dos rodoviários é que a negociação com os empresários do setor não tem avançado.
Nas audiências de conciliação realizadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), com a participação da Prefeitura, não houve consenso no que diz respeito à manutenção de dois benefícios importantes para a classe: o plano de saúde e o ticket alimentação.
Esse impasse teve início em janeiro durante a negociação da data base atual com o sindicato patronal. Os empresários informaram que não irão arcar com os dois benefícios citados por dois motivos: a queda no número de passageiros, ocasionada pela Pandemia e a redução do valor da tarifa de ônibus da capital, em R$ 0,30 centavos.
Quem anda de ônibus na capital não concorda com a redução de passageiros durante a pandemia. É o caso de Maria Cristina, de 47 anos, que trabalha como diarista e precisa se deslocar todos os dias do bairro Tabuleiro do Martins para vários bairros de Maceió, onde trabalha. Ela conta que não vê fiscalização nos coletivos, tampouco respeito às medidas de segurança da Covid-19. (vídeo abaixo).
O presidente do sindicato dos rodoviários, Sandro Régis, disse em entrevista à imprensa que não entende a negativa do sindicato patronal já que a prefeitura apresentou uma alternativa. “A prefeitura anunciou que subsidiará em R$ 1 milhão e meio o transporte público e isentará as empresas do pagamento do ISS (Imposto sobre serviços), o que resultaria em mais R$ 1 milhão de economia para o setor. Mesmo assim elas se negaram a dar continuidade aos benefícios nos moldes em que vinham sendo pagos”, explicou Régis.
A negociação entre os rodoviários de Maceió e os empresários ainda enfrenta mais um empecilho: o Passe Livre para os estudantes de Maceió, anunciado pelo prefeito João Henrique Caldas nesta semana. Os rodoviário questionam até que ponto essa decisão vai influenciar nas negociações.