Cinco pessoas morreram, com Covid-19, na Unidade de Pronto atendimento (UPA) do bairro Pampulha, desde quarta-feira (31). Por falta de espaço no necrotério da unidade, dois corpos foram deixados em frente à sala de emergência que fica na portaria da UPA na manhã desta quinta-feira (1º), aguardando remoção.
A denúncia foi feita ao G1 pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel). Inicialmente, a informação dada era de que teria sido deixado um corpo na entrada da unidade, por falta de espaço no necrotério. Mais tarde, o Sindibel informou que eram dois.
Segundo o Sindibel, desde a última sexta-feira (26), as UPAs da capital registraram 59 mortes por causa do coronavírus e dessas, 17 aguardavam uma vaga em leito de UTI. O sindicato afirma que na manhã desta quinta-feira (1º), 41 pacientes estão entubados nas unidades e relata que as UPAs não têm estrutura para atender pacientes graves.
“As UPAs nunca vão deixar de atender pacientes, mas, com esse volume, o atendimento é feito de forma precária”, declarou Israel Arimar de Moura, presidente do sindicato.
Israel afirma ainda que a UPA Pampulha, onde o corpo ficou exposto, “é uma das que mais está tendo problemas”. Ele relata que os profissionais da unidade estão exaustos.
“Conversei com um médico intensivista da unidade nesta madrugada, e ele relatou que estão fazendo medicina de guerra.”
A prefeitura de Belo Horizonte lamentou as mortes ocorridas na UPA Pampulha e esclareceu que “essas pessoas estavam sendo assistidas por profissionais na sala de emergência”.
A prefeitura reforçou que “na Pampulha foi aberto o Centro de Saúde Santa Terezinha, onde está sendo feito o atendimento de pessoas que não apresentam sintomas respiratórios e são classificados como baixa e média complexidade. Além de casos de pediatria”.