Tumulto ocorreu na sede do 6º Batalhão da Polícia Militar, em Jaboatão dos Guararapes, nesta quinta (8). O parlamentar do PP disse que tentava fiscalizar o processo quando foi impedido de entrar no local por um tenente-coronel.
O deputado estadual Joel da Harpa (PP) e o comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, Alexandre Tavares, trocaram agressões, na manhã desta quinta-feira (8), durante a vacinação contra a Covid-19 de policiais, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife (veja vídeo acima). Nas imagens, é possível ver o momento em que ambos se empurram e discutem.
A confusão ocorreu na sede do Complexo Policial de Jaboatão, na Estrada da Batalha, em Prazeres. O vídeo, enviado à reportagem, mostra uma discussão entre os dois homens. O deputado disse que queria entrar no auditório do local, onde estava ocorrendo a vacinação dos policiais, para fiscalizar o processo. No entanto, o comandante do batalhão não permitiu a entrada.
É possível ouvir o deputado questionando se o policial iria removê-lo do local, e a confirmação pelo comandante. “Vai me tirar?”, questiona Joel da Harpa. “Vou”, diz o comandante, enquanto empurra Joel da Harpa, que revida. Outros policiais tentam apartar a briga e se colocam em meio aos dois.
“A vacinação dos policiais era um pleito do nosso mandato e dos sindicatos. Fui até lá para fazer meu trabalho de fiscalização do Executivo, até para registrar que tudo estava sendo feito corretamente, e o tenente-coronel Tavares tentou me expulsar do quartel. Ele disse que recebeu ordens para que o trabalho não fosse divulgado. Ao meu ver, a vacinação é um processo público e deve ser realizado com o máximo possível de transparência”, afirmou o deputado.
No vídeo, Joel da Harpa aparece sem máscara. Ele disse que a proteção caiu do rosto depois de outras tentativas de remoção dele do local, por parte do comandante do batalhão. O deputado disse, ainda, que registrou uma queixa contra o policial na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social, para que seja aberto um Procedimento Administrativo Disciplinar contra o servidor.
“Eu também sou militar e estou com seis anos de mandato. Sempre visito os quartéis e nunca vi uma atitude dessa. Ele veio para cima de mim, me empurrou, usou de agressão física. O pessoal me segurou e segurou ele também. Eu nunca vi isso”, disse Joel da Harpa.
Resposta da PM
Por meio de nota, a Polícia Militar (PM) afirmou que Joel da Harpa, “sem utilização de máscara para prevenção à transmissão de Covid-19, tentou entrar na sala de vacinação instalada na sede do 6º Batalhão, em Prazeres, e foi impedido em respeito à normas sanitárias”.
Ainda no texto, a PM disse que, “sem comunicação prévia e sem utilizar máscara, o deputado chegou à unidade militar e foi permitido seu acesso à área externa e algumas dependências do batalhão, onde pode realizar filmagens”.
Também no comunicado, a PM contou que “o parlamentar quis entrar na sala onde estava ocorrendo a vacinação dos militares contra a Covid-19, que estava com acesso permitido apenas para o pessoal que iria tomar a vacina e os técnicos responsáveis pela aplicação do referido imunizante, de modo a evitar aglomerações ou tumultos, além da exigência de equipamento de proteção individual”.
A Polícia Militar finalizou a nota afirmando que, “após os ânimos se exaltarem, tudo foi esclarecido entre as partes”. O G1 entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social (SDS), mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.