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Moradores pegam peixes nas ruas após fortes chuvas no Recife

Com poças formadas no meio das vias e junto à calçada, homens levaram rede e balde para recolher peixes no Ipsep. Na tarde da segunda (12), ruas do bairro estavam tomadas pela água.

TV Globo

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Após dias de chuvas e alagamentos no Grande Recife, moradores do Ipsep, na Zona Sul da capital pernambucana, conseguiram pegar peixes em poças formadas nas ruas do bairro. O flagrante do cinegrafista da TV Globo Elvys Lopes foi feito na manhã desta terça-feira (13) (veja vídeo acima).

O pescador Cleosson Pereira disse que encontrou “esse presente de Deus” perto da casa onde mora. Com rede e balde, eles foram recolhendo os peixes em diferentes ruas do bairro.

“A primeira [volta pelo bairro] foi às 4h. Levei uns 20 quilos de peixe. [Eles estavam] no meio-fio, na rua. [A chuva] na minha casa não entrou, mas na casa dos vizinhos… Foi muita tristeza”, contou.

Ao lado de pelo menos outros três conhecidos, Cleosson jogou redes de pesca na Rua Abdias Cabral de Moura, na Vila Maria Lúcia. “Ontem [segunda], deu uma estiada, mas do sábado para o domingo, misericórdia. Ilhou isso tudinho […] Aqui na Vila, o pessoal só teve prejuízo”, contou o morador.

Entre a sexta (9) e a segunda-feira (12), choveu no Recife o equivalente a 89% do previsto para todo o mês de abril, de acordo com a Defesa Civil do município. Nesta terça-feira (13), apesar do tempo nublado, não havia registro de chuva intensa.

A água causou estragos e deixou 270 pessoas desalojadas em onze cidades da Região Metropolitana e da Zona da Mata.

Para Cleosson e seus vizinhos, no entanto, a manhã após o período intenso de chuvas foi farta. “Encontrei tilápia e cascudo [espécies de peixe]. Não esperava achar no meio da rua”, contou.

O bairro do Ipsep fica a cinco quilômetro da praia mais próxima, a de Boa Viagem, também na Zona Sul. Para o meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) Romilson Ferreira, é difícil precisar a origem dos peixes.

Uma pista da origem é um canal, braço do Rio Tejipió, localizado a cerca de 600 metros da rua em que o grupo de moradores estava “pescando”.

“A gente não tem como saber a origem clara desses animais. A gente teria que fazer um estudo para saber onde extrapolou a água, quais são as espécies encontradas e investigar mais a fundo”, declarou Ferreira.