Segundo o Secretário Executivo do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), irregularidade na entrega de doses deve seguir por dois meses
De acordo com o Conselho Nacional de Municípios (CNM), um quarto das cidades brasileiras interrompeu a campanha de imunização contra a Covid-19 por falta de doses. Além disso, o Ministério da Saúde anunciou uma redução de 22,5% no cronograma de entrega de vacinas.
Segundo avaliação do Secretário Executivo do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Mauro Junqueira, esta irregularidade e escassez deve avançar até o mês de julho no Brasil.
“Acreditamos que, a partir de julho, a gente já comece a ter uma regularidade com todos os laboratórios fazendo entregas. E, aí sim, vamos ter um número muito maior de doses disponibilizadas para avançar, rapidamente, com a vacina. Mas acho que ainda teremos um, dois meses críticos com relação à disponibilização de doses”, diz Mauro.
Mauro Junqueira afirma que não há demora entre a entrega das doses e a aplicação nos cidadãos. “Nós temos poucas vacinas sendo entregues. A vacina chega, imediatamente formam-se grandes filas, e a vacina acaba.”.
Ele vê como solução o desenvolvimento do próprio IFA pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para que o país não dependa de importação de insumos da Índia, que está enfrentando uma alta de casos e mortes pela Covid-19.
“Agora, com este cenário se agravando na Índia, nossa preocupação aumenta ainda mais, porque obviamente a Índia vai segurar todo o IFA e produção para a sua população local.”
“A gente espera que a Fiocruz possa desenvolver o IFA aqui para que a gente possa produzir a vacina aqui e garantir para todos os brasileiros”, diz o secretário.
O Instituto Butantan, em São Paulo, segundo o Conasems, foi responsável pela entrega de 80% das vacinas aplicadas no Brasil desde janeiro de 2021. “A Fiocruz precisa rapidamente cumprir o cronograma até final de junho de 100 milhões de doses.”