Interior

Família denuncia guarda municipal e primos por estupro no Litoral Norte de AL

A família de uma adolescente de 16 anos, residente na cidade de Porto de Pedras procurou a Delegacia Regional de Matriz do Camaragibe, nesta segunda-feira, 26, para denunciar que a menina foi vítima de estupro. O crime ocorreu em janeiro deste ano, mas os pais só descobriram agora, depois da menor tentar tirar sua própria vida.

A mãe da garota, que não será identificada em cumprimento ao que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), disse ao Alagoas24Horas que foi pega de surpresa na sexta-feira passada (23), quando a garota ingeriu diversas medicações de uso controlado. Ela foi levada às pressas para o Hospital Regional do Norte e depois transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, devido à gravidade do estado de saúde. Para completar o sofrimento da família, a jovem contraiu Covid-19 e precisou ser transferida para a UTI da Santa Casa de Maceió, onde está isolada.

Apesar de muito abalada, a mulher – que trabalha como comerciante na cidade – contou que o comportamento da filha mudou totalmente depois de janeiro quando ela saiu de casa com uma amiga, que é guarda civil municipal de Porto de Pedras e dois primos dela, que são de Recife e passavam férias no município. Eles foram a uma festa, onde a menor foi drogada, levada para uma praia em São Miguel dos Milagres e depois estuprada pelos rapazes. A guarda municipal teria registrado tudo em vídeo.

A comerciante conta que a filha chegou em casa sem sequer conseguir falar. No mesmo dia a amiga foi questionada sobre o que tinha ocorrido à adolescente e ela amenizou. “Desde esse dia minha filha ficou quieta demais, muito triste, não queria mais comer, nem sair. Só queria dormir. Ela foi ao psicólogo, ao psiquiatra e passou a tomar medicação controlada, mas nunca teve coragem de dizer o que tinha acontecido”, relatou a mãe, com a voz embargada.

Depois do seu internamento alguns amigos procuraram a família e contaram sobre a existência do vídeo e sobre as barbaridades que fizeram à adolescente naquela noite fatídica. Agora, os pais querem que os responsáveis sejam responsabilizados. “Só eu sei o sofrimento que estou passando. Minha filha linda, alegre e cheia de vida, está numa UTI e os culpados estão soltos. Eu quero que seja feita justiça”, ressaltou.

O Alagoas24Horas tentou entrar em contato com o delegado que assumiu o caso, mas até o momento não obteve êxito.