Um caminhão frigorífico que transportava vacinas da Pfizer ficou “preso” em um alagamento, nesta sexta (14), na Avenida Recife, na Zona Oeste da cidade. Segundo o governo, 5,1 mil unidades seriam enviadas, de avião, para Petrolina, no Sertão, para serem usadas na imunização de grávidas e de mulheres que estão no período de pós-parto (puérperas). A distribuição do imunizante sofreu atraso.
O caminhão trafegava entre a sede do Programa Estadual de Imunização (PNI), na Zona Norte do Recife, onde as vacinas estavam armazenadas, e o Aeroporto Internacional Guararapes/ Gilberto Freyre, na Zona Sul.
A Avenida Recife é um dos pontos de alagamento mais conhecidos da cidade. Desde quinta (13), a Região Metropolitana do Recife enfrenta problemas provocados por fortes chuvas, que já causaram deslizamentos e mortes.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o veículo “ficou impossibilitado de transitar na Avenida Recife, na manhã desta sexta“.
Ainda de acordo com a SES, foram acionadas equipes do Corpo de Bombeiros e da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) para fazer o “resgate com segurança” dos insumos.
O governo informou, ainda, que as vacinas estavam “devidamente conservados em Nitrogênio Líquido Refrigerado”.
Por causa de transtorno, as doses de vacina da Pfizer tiveram que retornar para a sede do Programa Estadual de Imunização, “na temperatura adequada”, de acordo com a SES.
O problema afetou o envio das doses para a imunização em Petrolina. Segundo o governo, não há voos disponíveis, na tarde desta sexta, para o município, distante mais de 700 quilômetros do Recife.
Por isso, elas vão permanecer na sede do Programa Estadual de Imunização, “nas condições ideais para posterior uso”. As unidades seguirão para o Sertão no sábado (15), de acordo com o governo do estado.
Petrolina é um dos polos regionais de vacinação de grávidas e puérperas. A decisão de montar esse esquema foi tomada na quarta (12) pelo governo do estado, diante da impossibilidade de imunizar esses públicos com a vacina da AstraZeneca, que vinha sendo usada.
Os outros polos são Recife, Olinda e Jaboatão, que vão distribuir as doses para o Grande Recife e Zona da Mata, Caruaru, para o Agreste, e Serra Talhada, para o Sertão.
Na quarta, a vacinação contra Covid-19 de grávidas e puérperas sem comorbidades foi suspensa pela Secretaria Estadual de Saúde. O estado seguiu a determinação do Ministério da Saúde.
O ministério decidiu, na noite da terça-feira (11), que a vacinação de gestantes e de puérperas no Brasil contra a Covid-19 deve ser restrita somente às mulheres com comorbidades (doenças pré-existentes) e elas devem receber apenas as vacinas CoronaVac e Pfizer.
A utilização de AstraZeneca para esses dois grupos já estava suspensa em todo o estado desde terça. Como não há doses extras de CoronaVac, a vacinação de grávidas e puérperas foi interrompida na maioria das cidades em que foi iniciada.
As doses de Pfizer começaram a chegar ao Brasil no fim de abril de 2021. O Ministério da Saúde definiu com os estados que esses lotes seguiriam, prioritariamente para as capitais, por causa da necessidade de armazenamento especial.
O imunizante da Pfizer exige refrigeração a baixíssimas temperaturas, entre -90°C e -60°C. A vacina tem validade de seis meses. Também em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o armazenamento entre -25°C e -15°C, mas por no máximo 14 dias.
Nos últimos dois dias, Pernambuco recebeu novos lotes de vacina contra a Covid. O primeiro carregamento chegou na noite de quinta (13).
Foram 226.850 unidades, ao todo. Havia 86.600 doses da CoronaVac/Butantan e 140.250 da AstraZeneca/Fiocruz.
Nesta sexta, chegaram mais 42,4 mil unidades da Coronavac. O estado informou que pretende usar para finalizar os esquemas vacinais.