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Homem reencontra pai após 30 anos ao envelhecer foto em aplicativo

Everaldo Germano do Nascimento pode rever o pai, Geraldo Serafim do Nascimento, de 73 anos, em Bertioga, após uma postagem nas redes sociais.

Pai e filho se reencontraram depois de anos em Bertioga, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Um filho, que não tinha notícias do pai há mais de 30 anos, o reencontrou em Bertioga, no litoral de São Paulo, após uma postagem feita nas redes sociais. O construtor civil Everaldo Germano do Nascimento, de 51 anos, pode rever o pai, Geraldo Serafim do Nascimento, que atualmente tem 73 anos. O encontro foi filmado por familiares.

“O que me marcou foi o abraço que ele deu. Quando perguntei se ele tinha irmão, ele disse o nome, e quando perguntei o nome dos filhos, ele falou de todos nós. O rapaz [que acompanhava o idoso] falou que eu era o filho mais velho, ele largou tudo que estava na mão e me abraçou. Nunca tive um abraço igual a esse, um abraço de um pai que sentiu a ausência do filho por anos”, descreve Everaldo ao G1.

O reencontro aconteceu no último sábado (15), após marcar com conhecidos do idoso que se manifestaram nas redes sociais. No encontro surpresa, eles tiveram a confirmação de que era mesmo o pai de Everaldo quando ele falou nomes de parentes e acontecimentos antigos. O momento em que ele descobre que estava na frente do seu filho mais velho foi registrado pelos familiares. Depois disso, eles ainda levaram o idoso para cortar os cabelos e almoçar.

Segundo Everaldo explica, toda a família é natural do Estado da Paraíba. Na época, após a separação de Geraldo e da mãe dele, o pai foi morar em Guarujá. Entretanto, a mãe dele quis ir para o Rio de Janeiro e deu todos os filhos para parentes próximos cuidarem. Everaldo ficou com a avó e o último contato que teve com o pai, que o visitou algumas vezes, foi aos 14 anos de idade.

Durante esse período, ele se casou e se mudou para a capital paulista, onde mora com os filhos e a esposa. Há 24 anos, ele começou as buscas pelo pai, correndo atrás de documentações e pessoas que o conheciam. Entretanto, a família era desestimulada por comentários de quem acreditava que ele estaria morto. Apesar disso, a esposa dele decidiu retomar a procura ao descobrir que não havia atestado de óbito do sogro.

A cabeleireira Eliana Almeida Nascimento, de 48 anos, continuou as buscas e teve a ideia de postar a foto nas redes sociais. A foto de Geraldo quando tinha 20 anos foi ajustada pelo filho do casal em um aplicativo. Além da foto normal, ele simulou como o avô estaria atualmente em um outro editor, que envelhece as fotos.

As imagens circularam as redes sociais até chegarem a Bertioga. Nesse período, a família tinha feito contato com diversas pessoas do litoral tentando alguma pista do que teria ocorrido. Em uma postagem eles tiveram alcance e conseguiram contato com pessoas que conheciam o idoso, marcando um encontro surpresa.

“Em pouco tempo, tinha muitas visualizações e muitas pessoas falaram que o conheciam por apelidos, que ele era bem conhecido. Marcamos em poucos dias, e eu pude presenciar o abraço mais sincero da minha vida”, diz Eliana, emocionada.

O casal explica que o idoso mora em um rancho, um local muito humilde. O reencontro contou com a presença de pessoas da cidade que gostam do aposentado, além do casal e dos netos de Geraldo. No reencontro com o filho, ele teve a chance de conhecer a família que não sabia que tinha. “Meus filhos puderam conhecer o avô”, explica Eliana.

Ajuda
Everaldo ressalta que ficou impressionado com o carinho que recebeu do pai e com a humildade do homem. “Para mim, foi muito emocionante, uma coisa que eu nunca tive na minha vida, e consegui graças à minha esposa. As pessoas não tinham esperança de ele estar vivo. Graças a Deus, deu tudo certo, estamos muito contentes, as pessoas gostam muito dele”, explica.

Eles levaram o idoso para cortar o cabelo, para almoçar e pretendem levar uma melhor qualidade de vida para ele, além de apresentá-lo para os netos e levá-lo para ver os outros filhos. Eles precisaram retornar para a capital, mas planejam o retorno e até mesmo levar o idoso para a casa deles por um período. Agora, eles querem ajudá-lo.

“Se depender da gente, vamos dar todo o apoio. Não vamos ficar vivendo de passado, vamos viver daqui pra frente, tirar o atraso daquilo que a gente não pode ter, de convivência, de abraço”, finaliza Everaldo.