Era para ser mais um dia rotineiro de trabalho para Lêda Maria da Silva, de 42 anos, moradora de União dos Palmares e auxiliar de serviços gerais em uma empresa privada. Mas, ela não esperava que as queimaduras de até terceiro grau iriam mudar a sua vida. Lêda ficou internada por 26 dias no Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares, após sofrer um acidente de trabalho.
Durante o acidente, Lêda sofreu queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus no rosto, colo, barriga e braços, após tentar acender um Recheaud (espécie de fogareiro de metal, em prata ou inox, usado para manter a comida quente em um buffet). Mas, logo foi socorrida pelos colegas de trabalho e levada ao HRM, em União dos Palmares, onde a equipe multiprofissional tratou e cuidou da auxiliar de serviços gerais com todos os recursos necessários.
Hoje, já recuperada e em casa, ela conta a história com muita emoção e gratidão por toda assistência prestada pela equipe do HRM. “No dia do acidente, o rapaz que trabalha comigo estava de folga e fiquei no lugar dele. Fui acender um Rechaud, coloquei a palha de aço, álcool e quando acendi o fósforo, o fogo veio no meu rosto. Lembro que tirei a blusa e comecei a gritar por socorro. Tinha fogo em todo o meu corpo”, recorda Leda.
Ela saliente que o atendimento recebido no HRM foi decisivo para que ela se recuperasse plenamente. “Tive uma assistência maravilhosa no Hospital Regional da Mata. Lembro que me deram banho, cortaram meu cabelo e, o que mais me marcou, foi quando eu pedi para ver o sol. Eu achei que estava sonhando, mas, a equipe me levou e aquele momento foi lindo. Nasci de novo. Na hora da queimadura só pensava no meu rosto, mas, graças ao hospital, eu estou totalmente recuperada”, relata a paciente.
O filho da auxiliar de serviços gerais, Davison Adams, 26 anos, achou que a mãe não conseguiria voltar para casa. “Quando eu entrei na UTI, foi muito difícil vê-la daquele jeito, toda inchada, entubada. Não conseguia abrir os olhos ou falar. Mas, a equipe sempre me deixou muito tranquilo. Todos os dias, às 16h, eles me ligavam para dar informações e isso me acalmava. Quando ela foi internada e o médico me disse que eram muitas queimaduras, eu pensei que a minha mãe nunca mais ia voltar ao normal. Hoje eu olho pra ela e vejo que está curada, totalmente recuperada e sem sequelas”, explica.
Lêda passou por diversos momentos no HRM de União dos Palmares. A princípio, a auxiliar de serviços gerais precisaria ser transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), unidade referência em tratamento de queimados. Mas, graças a sua evolução no tratamento, não foi necessário efetivar a transferência.
“A princípio, quando ela deu entrada no HRM, nós vimos que o caso dela era muito grave. Ela foi vítima de queimadura, teve insuficiência respiratória e precisou ficar na UTI Geral por 21 dias. No dia em que ela pediu para ver o sol, prontamente decidimos reunir as equipes de fisioterapia, enfermagem, médicos, psicologia e os familiares. Naquele momento, eu lembro que ela me olhou e falou: ‘estou há tantos dias aqui e vocês me deram isso. Vocês salvaram a minha vida’. Isso é gratificante demais”, relata João Paulo Malta, enfermeiro supervisor da UTI do Hospital Regional da Mata.