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Policial civil é suspeito de atirar pedras com mulher e seu bebê

Mulher e filha estavam no parquinho de um prédio no bairro Botafogo. No vídeo, que viralizou nas redes, homem se refere à criança de 1 ano e 6 meses com xingamentos.

Pedra recolhida pela estudante de Campinas foi arremessada contra filha dela, mas não a acertou — Foto: Reprodução/EPTV

O homem suspeito de jogar pedras contra uma mulher e a bebê dela em Campinas (SP) é policial civil. A Corregedoria instaurou inquérito para apurar a conduta. O vídeo que mostra o casal hostilizando as vítimas viralizou nas redes sociais.

De acordo com o Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 2), que responde por Campinas, o policial civil suspeito não atua na região e estaria afastado das funções por licença médica.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que a 2ª Corregedoria Auxiliar da Polícia Civil de Campinas instaurou um inquérito policial para “apurar todas as circunstâncias relativas aos fatos”.

Segundo a pasta, o suspeito das ações é um investigador de polícia da Deatur (Delegacia de atendimento ao Turista) que está afastado por motivos de saúde.

O G1 não conseguiu contato com o suspeito. A reportagem da EPTV tentou contato com o homem na manhã desta terça-feira (8). Uma mulher que estava na casa disse que ele não morava mais no local.

Agressões e xingamentos
A agressão aconteceu por volta de 20h30 de sexta-feira (4), segundo a estudante Julia Barros de Andrade. Ela disse que estava com o marido e a filha, que brincava no parquinho, quando o homem arremessou pedras que pegou de uma caçamba.

“A gente não estava fazendo barulho e ele já veio de forma agressiva com a esposa dele. Pegou as pedras da caçamba e começou a jogar contra a minha filha para poder acertar ela”, contou Julia.

“Só peguei a minha filha, abracei e saí correndo porque ela estava assustada”, completou.

Em um momento do vídeo, é possível ouvir o vizinho xingando a criança.

“Eu não pus essa merda dessa criança no mundo aí. (…) Essa bosta que saiu de você”, disse.

Injúria racial
Segundo a estudante, o vizinho também a xingou e cometeu injúria racial. Ela registrou um boletim de ocorrência para que o caso seja investigado.

“Ele me chamou de suja, me chamou de encardida, falou que eu tinha que voltar para o lugar de onde eu vim. Que o que eu coloquei no mundo foi uma indigente”, disse.

Julia afirmou também que o vizinho discutiu com o marido dela, mas só direcionava os xingamentos a ela e a filha.

Moradores denunciam outros casos
Outros moradores da rua relataram pelo menos outras 20 ocorrências de desentendimento com o mesmo casal.

Um outro homem, que tem um filho de 5 anos, afirmou que a criança também foi insultada enquanto o vizinho jogava pedras. Ele mostrou a marca que ficou na pilastra do prédio.

“Ele alega que incomoda, que está trabalhando em casa e aí ele perde o controle e inicialmente ele jogava lixo, jogava restos de comida, jogava restos de recicláveis, tanto ele como a esposa”, disse o morador, que pediu para não ser identificado.

Segundo o morador, o vizinho começou a jogar pedras e uma delas passou a 20 centímetros do filho dele. Ele também teria quebrado o para-choque de carros e tentado agredir outras pessoas.