Um adolescente de 16 anos morreu depois de ser baleado no Morro da Fé, no Complexo da Penha, na Zona Norte, mesma região onde acontece uma operação da Polícia Civil no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (18). Thiago da Conceição estava dentro de casa quando foi baleado na cabeça, mas a polícia nega que ele tenha sido atingido durante a operação.
Ele chegou a ser levado para o Hospital Getúlio Vargas, também na Penha, por parentes e vizinhos, mas não resistiu. A mãe de Thiago chegou a precisar de atendimento médico ao receber a notícia.
“Com relação específica ao adolescente baleado, a gente não tem todas as informações. Isso será objeto de uma investigação. No local onde ele foi baleado, não havia nenhum policial naquela localidade. Eles perceberam um tumulto à distância, e obtiveram a informação que o adolescente tinha sido baleado”, disse o subsecretário operacional do RJ, Rodrigo Oliveira, durante coletiva à imprensa.
A Operação Coalizão pelo Bem reúne agentes das polícias civis do Rio, do Pará e do Amazonas e conta com o apoio da Polícia Militar do Rio. O objetivo é prender um dos chefes do tráfico do Comando Vermelho mandante dos ataques em Manaus, no Amazonas, segundo a Polícia Civil do Rio.
“Há cerca de seis meses começou a nós chamar a atenção o fato de detectarmos pessoas de outros estados no Rio de Janeiro. Mais recentemente, fruto de investigações de roubos a joalherias na Zona Sul com criminosos do Pará. Disseram que os traficantes que deram as ordens para os ataques no Amazonas estariam no Rio de Janeiro”, falou Oliveira.
Segundo a polícia, Mano Kaio, que seria o mandante dos ataques, está escondido no Complexo da Penha. Além do Rio, a operação acontece em São Paulo e também no Amazonas.
Ao todo, 3 homens foram mortos – 2 no Rio e 1 em Manaus – e 15 pessoas foram presas. Também foram apreendidos dinheiro, um fuzil, munição e uma granada.
O morto em Manaus é o pai de um dos presos que teria tentado reagir e tomar o fuzil de um policial.
Já entre os presos está Marcelo Silva, conhecido como Jogador, apontado como um dos chefes do tráfico do Comando vermelho no Amazonas e cunhado de Gerson Carnaúba, líder da organização que foi preso.
“Ele geria do Rio de Janeiro o grupo. Foi ele que orquestrou os ataques tanto na capital quanto no interior”, disse a delegada-geral do Amazonas, Emília Ferraz.
Além dele, há mais um preso do Amazonas e outros 4 do Pará.
Balanço de mortos, presos e apreensões:
Rodrigo Oliveira ressaltou também que a operação buscou bloquear os bens dos criminosos.
“É isso que incentiva a entrada dessas pessoas na atividade criminosa. Amanheceram bloqueados nessa manhã R$ 127 milhões”.
Flávio Porto, diretor do Departamento de Combate à Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro, disse que havia movimentação de dinheiro através de pessoas jurídicas no Amazonas.
“Criminosos que vierem de outros estados para cá achando que o Rio de Janeiro é colônia de férias serão presos e terão seus bens bloqueados”, afirmou Flávio Porto.
Emília Ferraz disse também que as ordens dos ataques partiram de traficantes que estavam no Rio de Janeiro.
“O trabalho de inteligência indicou que as ordens dos ataques partiram de pessoas que estavam em favelas aqui do Rio de Janeiro. Independente da fronteira que de encontre, nós vamos atrás e vamos prender todos”.
“Foi preso o maior comandante do comando vermelho que Atua no estado do Amazonas, e com ele toda uma rede de lavagem de dinheiro e movimentação financeira”, afirmou ela.
E completou:
“Prendemos todos os mandantes desses ataques”.