Política

Governo quer CPI da Covid parada no recesso; grupo de senadores quer seguir trabalhando

Assessores do presidente Jair Bolsonaro vêm defendendo, junto a aliados no Senado, que a CPI da Covid fique parada durante o recesso parlamentar, a partir do dia 16 de julho. O grupo também tenta evitar que a comissão seja prorrogada.

Do outro lado, senadores da oposição e independentes defendem que a comissão continue trabalhando na segunda quinzena de julho, quando o Senado estará de folga – e querem pelo menos 30 dias de prorrogação dos trabalhos.

A respeito da prorrogação, hoje, há maioria na CPI para que os trabalhos se encerrem nos 90 dias já previstos, até 10 de agosto. Segundo senadores governistas, quem defende a prorrogação deseja apenas “sangrar” ainda mais o governo.

Por enquanto, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), não defende a prorrogação desse prazo. Há um movimento de senadores para tentar convencê-lo caso as investigações sigam avançando e, ao fim do prazo, algumas “pontas” ainda precisem ser conectadas.

O prazo adicional de 30 dias, na visão desses senadores, seria útil para garantir a conclusão de algumas ações, a elaboração e a votação do relatório a ser apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL).

No caso do recesso parlamentar, ainda há dúvida se o regimento do Senado permite a continuidade do trabalho durante o recesso. Senadores da oposição defendem que os depoimentos podem até ser paralisados, mas os trabalhos de análise de documentos e algumas investigações devem continuar durante esse período.

“Eu avalio que os trabalhos precisam seguir. Os depoimentos podem até parar, mas não a análise de documentos. É muito material e precisamos analisá-lo detidamente. Em relação à prorrogação, creio que o ideal seria esticar os trabalhos por 15 a 30 dias pelo menos”, afirmou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também defende a continuidade dos trabalhos durante o recesso parlamentar – inclusive os depoimentos. “Se legalmente não for possível, vamos seguir trabalhando na análise de depoimentos”, afirmou Randolfe Rodrigues.

Os dois temas vão ser discutidos nesta segunda-feira (21) à noite na casa do senador Omar Aziz pelo G7 – grupo que reúne a oposição e os senadores independentes e, com isso, obtém maioria na condução dos trabalhos da CPI da Covid.