O deputado federal Daniel Silveira, preso novamente nesta quinta-feira (24), no Rio de Janeiro, teve, ao menos, 30 violações ao uso de tornozeleira eletrônica, segundo apontou a Procuradoria-Geral da República. São elas:
“Conforme apontou a Procuradoria-Geral da República, os relatórios de monitoramento eletrônico de DANIEL SILVEIRA, notadamente no período de 5/4/2021 a 24/5/2021, apresentaram mais de 30 violações, relacionadas à carga do dispositivo de monitoramento, à área de inclusão, e ao rompimento da cinta/lacre”, cita a nova decisão do STF.
A informação da prisão foi antecipada pelo colunista Valdo Cruz, da GloboNews.
Silveira já havia sido preso em fevereiro por ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e desde março cumpria prisão domiciliar com medidas cautelares, entre elas, a obrigatoriedade de usar o equipamento.
Outra medida que imposta pelo STF e que também foi descumprida, por mais de uma vez e sem justificativa, era a visita regular à central para acompanhamento e manutenção do equipamento.
O deputado, segundo a PGR, ainda tentou justificar algumas violações.
“Da análise dos esclarecimentos que acompanharam os relatórios, nota-se que as razões apresentadas pelo requerido são no mínimo incompatíveis com as medidas estabelecidas. A prática de atividades físicas que ofereçam risco à integridade do equipamento é uma delas“.
Confira abaixo um resumo de algumas violações citadas pelo STF:
Por volta das 16h, Daniel Silveira foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), de acordo com a GloboNews. O deputado ficará preso novamente no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar do Rio, em Niterói, onde ficou da primeira vez que foi detido.
A defesa do deputado disse que Daniel Silveira é um “preso político”. “Seu caso já passou da hora de ser tratado nos organismos internacionais de defesa aos direitos humanos. Ele é um preso político e assim deve ser tratado”, diz a nota do advogado André Rios.
O deputado foi preso em fevereiro em razão de um vídeo em que fez apologia ao AI-5, instrumento de repressão mais duro da ditadura militar, e pediu a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Daniel Silveira também é alvo de processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que pode levar à cassação do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) em razão do vídeo.
O processo que tramita no Conselho é baseado em sete representações diferentes.
Uma dessas representações foi apresentada pela Mesa Diretora da Câmara, encabeçada pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Outras seis, de autoria dos partidos PSOL, PT, PSB, PDT, PCdoB, Rede e Podemos, foram unificadas à representação da Mesa, já que tratam do mesmo assunto.