Se não tratada, a alteração pode comprometer o desenvolvimento infantil. Segundo cirurgião pediátrico, procedimento é comum nos primeiros anos de vida
Ela pode estar presente desde o nascimento, aparecer ou aumentar de tamanho com esforço ou choro. A cirurgia para a correção de hérnia está entre as mais realizadas no Brasil e dados da Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal estimam que 20% dos homens e 3% das mulheres vão apresentar a alteração em alguma fase da vida.
O procedimento cirúrgico é o mais comum na infância. Se não tratada, a hérnia pode comprometer o desenvolvimento infantil. O alerta é do cirurgião pediátrico do Sistema Hapvida Maceió, Paulo Victor Figueiredo.
EM CRIANÇAS, A ALTERAÇÃO COSTUMA SER CONGÊNITA
A hérnia pode ser caracterizada como uma espécie de protuberância que surge na superfície da pele e acontece devido à uma falha na aponeurose da parede abdominal. “Não existe uma maneira de evitar o aparecimento da hérnia em crianças. Geralmente, o problema é congênito e não tem relação com o cuidado oferecido pelos pais ou responsáveis”, informa o médico.
Dr. Paulo Victor explica que existem vários tipos de hérnia, porém as mais comuns na infância são hérnias inguinais, umbilicais e epigástricas, que atingem as regiões da virilha, umbigo e abdômen.
“É necessário ficar atento ao aparecimento de abaulamentos ou ‘carocinhos’ na barriga da criança. No entanto, a dor no abdômen com esforço físico é o sintoma mais comum e o diagnóstico pode ser confirmado por meio de ultrassom se necessário”, afirma o especialista.
CORREÇÃO CIRÚRGICA E CUIDADOS NO PÓS-OPERATÓRIO
O cirurgião pediátrico do Sistema Hapvida Maceió destaca, ainda, que a necessidade de correção cirúrgica vai depender do tipo de hérnia e localização. “Na maioria dos casos, as hérnias umbilicais fecham espontaneamente. Já as inguinais, por exemplo, não podem esperar e, no momento do diagnóstico, é preciso programar o procedimento”, diz.
Se não operada, a hérnia inguinal pode comprometer a saúde da criança, provocando obstruções intestinais, dor e estrangulamento. “A cirurgia costuma ser simples e, na maioria das vezes, a criança tem alta no mesmo dia da operação”, destaca o médico.
Durante o pós-operatório são necessários alguns cuidados especiais. “É recomendado repouso de sete dias e, durante esse período, evitar brincadeiras e esforço físico. No entanto, a criança pode andar e realizar os cuidados básicos de higiene normalmente. A limpeza do ferimento deve ser feita com água e sabão neutro e o retorno ao cirurgião se faz entre sete e 15 dias após o procedimento”, finaliza o médico.