Silveira pulou o muro de sua casa e se deparou com um agente da PF; ele retornou à prisão ontem após violar diversas vezes a prisão domiciliar
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) tentou fugir da nova prisão, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (24). A CNN teve acesso ao relatório da Polícia Federal (PF) sobre o cumprimento do mandado de prisão, em que os policiais relatam que o parlamentar “pulou o muro de sua residência”, mas que, ao se deparar com o policial, “retornou prontamente”.
Como antecipou a âncora da CNN Daniela Lima, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão do deputado, a pedido da a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), depois de ele ter violado 36 vezes as regras de uso da tornozeleira eletrônica, ficando até cinco horas sem emitir qualquer sinal para a Polícia Federal, como determinou a Justiça.
A PF relata ter chegado ao endereço de Silveira, em Petrópolis (RJ), às 15h10 desta quarta. O documento diz que um dos policiais conseguiu observar a tentativa de fuga do deputado, mas que, como ele retornou “prontamente”, o mandado de prisão foi cumprido às 15h15.
De acordo com a PF, Silveira foi encontrado com imobilizador de tecido sintético de cor preta em seu tornozelo direito, assim como “com equipamento de monitoramento eletrônico afixado em seu tornozelo esquerdo, sem sinais aparentes de violação”.
Os policiais também informam que, durante o cumprimento do mandado, também foi apreendido o celular do deputado. Como a CNN mostrou nesta quarta, Silveira se recusou a entregar a senha do aparelho às autoridades policiais. Agora, ele será enviado para perícia.
Antes de determinar a nova prisão do deputado, o ministro Alexandre de Moraes estabeleceu uma fiança de R$ 100 mil. Como o valor não foi depositado em juízo, Moraes afirma que “ficou assim estabelecido o descumprimento imediato de qualquer dessas medidas”.
“Em face do reiterado descumprimento dessas medidas, restabeleço a detenção de Daniel Lúcio da Silveira”, escreveu o ministro do STF. Daniel Silveira ficará preso no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Em nota divulgada nesta quarta (24), a defesa do deputado diz que ele é “um preso político”. “Seu caso já passou da hora de ser tratado nos organismos internacionais de defesa aos direitos humanos. Ele é um preso político e assim deve ser tratado”, diz o advogado André Rios. A CNN está tentando contato com a defesa de Silveira.