Política

Senador pede prisão de Dominghetti, mas Omar Aziz nega pedido

Agência Senado

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O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu a prisão de Luiz Paulo Dominghetti Pereira, cabo da Polícia Militar de Minas Gerais que se diz representante da Davati Medical Supply, e que acusa integrantes do Ministério da Saúde de pedirem propina a ele para fecharem a compra de vacinas da AstraZeneca. O pedido, no entanto, foi negado pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM).

O motivo do pedido do senador por Sergipe é um áudio apresentado por Dominguetti à CPI da Pandemia nesta quinta-feira (1º), em que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) aparece tentando intermediar a compra do que seria, segundo o depoente, vacinas. O áudio, disse Dominghetti, teria sido enviado a ele por Cristiano Hossri Carvalho, representante da Davati no Brasil.

No entanto, Cristiano afirmou à CNN que o áudio é antigo – “de 2020” – e não faz referência a compra de vacinas. “Não tem relação alguma com a Davati ou vacinas”, disse Cristiano à analista de política da CNN Renata Agostini.

“O senhor, seguramente, é a única pessoa que, até o momento, neste país, ouviu aquele áudio e conseguiu identificar uma referência ao irmão do deputado”, afirmou Alessandro Vieira, em referência a trechos em que Luis Miranda usa a expressão “meu irmão”, que segundo Dominguetti seria a respeito de Luis Ricardo Miranda, funcionário do Ministério da Saúde. Junto de seu irmão deputado, Luis Ricardo denunciou à CPI suspeitas de irregularidade da compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin.

“Isso aqui não é lugar para molecagem, não é lugar para tentar fazer alguma interferência na investigação”, disse Vieira, para na sequência pedir a prisão de Dominghetti.

O pedido, no entanto, não foi atendido pelo senador Omar Aziz. “Não farei isso, não pelo senhor, mas pela sua família”, avisou Aziz ao policial militar.

A negativa de Aziz, contudo, não foi feita sem antes uma bronca em Dominghetti. O presidente da CPI disse que a exibição do áudio seria motivo suficiente para a prisão, e disse que o suposto representante da Davati estava sendo “irresponsável” por acusar Luis Miranda sem ter certeza da procedência do áudio.