Brasil

Cidades adotam medidas contra quem quer escolher marca da vacina

Em São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, quem se recusar a tomar a vacina disponível vai para o 'fim da fila'. Criciúma, em Santa Catarina, tomou a mesma medida.

No estado de São Paulo, ao menos cinco cidades adotaram medidas contra quem se recusar a tomar a vacina disponível no posto de vacinação. Em São Bernardo do Campo e em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, a pessoa irá para o fim da fila de imunização, e poderá se vacinar após os adultos de 18 anos.

Nas cidades de Rio Preto e Jales, no interior de São Paulo, quem recusar a vacina terá que assinar um termo de responsabilidade afirmando que se negou a tomar a vacina por causa da marca do imunizante. As prefeituras irão enviar esses termos para o Ministério Público, mas não há uma punição prevista.

Na cidade de Urupês, também no interior, quem se negar também irá assinar um termo de responsabilidade. Depois, se a pessoa quiser tomar a vacina, ela terá que entrar na fila da xepa, que imuniza com doses remanescentes de qualquer marca da vacina.

Em Criciúma, em Santa Catarina, a mesma medida das cidades da Grande São Paulo foi adotada, e quem se negar a tomar o imunizante disponível também vai para o final da fila, após a imunização dos adultos de 18 anos.

“O que nós queremos é deixar o bom exemplo, é um minoria que toma essa atitude”, disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, em entrevista à Globonews nesta sexta-feira (2).

Segundo o prefeito, a medida é amparada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que deu autonomia às prefeituras para que determinem as regras de combate à Covid.

“Muito mais que uma boa lei, é o bom senso. O decreto está válido, e aquele cidadão que se sentir com seu direito individual ferido pode procurar a Justiça”, disse o prefeito.

Em São Bernardo do Campo, a Prefeitura consegue ter esse tipo de controle porque a vacinação é feita apenas com agendamento prévio. Se ao chegar na hora marcada para a vacinação houver a recusa, a pessoa deverá assinar o termo. Caso não queira assinar, dois funcionários públicos do local podem assinar o documento testemunhando a negativa.

Segundo Orlando Morando, a medida foi tomada após cerca de 200 pessoas recusarem o imunizante disponível na terça-feira (29).

“Insisto que vacina não é para escolher. Você lembra a marca da vacina que tomou de gripe? Não lembra. Ninguém nunca pediu marca de vacina. Por que agora, no meio da maior pandemia da humanidade, as pessoas querem escolher vacina?”