“Enquanto eu estava de costas para povo, ajoelhado para o altar orando, senti o rapaz atrás de mim. Ele estava segurando uma folha da [planta] espada-de-são-jorge, fazendo um gesto como se fosse me furar. Depois ele subiu no altar, sentou na cadeira, se molhou com a água benta, apagou as velas e tentou alcançar uma imagem para derrubar”, relembra.
Em seguida, segundo o padre, o homem avançou sobre o ostensório com a hóstia, momento em que o pároco tentou proteger o objeto e houve luta corporal com o suspeito. “Quando ele avançou para pegar ostensório com a hóstia, tive que intervir para proteger o Santíssimo. Tive que travar uma luta corporal com ele para tentar contê-lo. Uns rapazes que estavam fora da igreja olhando a cena me ajudaram e ele foi retirado da igreja, até a chegada da polícia”, disse o padre Márcio.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), um homem de 20 anos, sem antecedentes criminais, foi conduzido pelos agentes para a Delegacia Regional de Itapipoca, onde foi registrado um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) contra ele por tentativa de lesão corporal. Ele foi ouvido, liberado e está à disposição da Justiça.
Mensagem da igreja em redes
A informação sobre a ocorrência foi compartilhada na rede social da Paróquia, que informou que no momento da invasão ocorria uma oração e adoração ao Santíssimo, representado pelo ostensório, peça sacra que o invasor tentou usar para agredir o padre e quebrar.
“Nosso padre precisou entrar em luta corporal com o mesmo para defender o corpo de Cristo e tentar impedir que ele causasse mais danos ainda a ele ou aos objetos sagrados. O padre está bem Graças a Deus”, diz um trecho da postagem da paróquia.
Ostensório danificado
O pároco afirmou que durante o ataque do jovem o ostensório caiu e ficou danificado. O objeto sacro foi adquirido pela paróquia há cerca de 8 dias e custou em torno de R$ 5 mil, valor dividido em prestações. “Quebrou a parte onde fica a hóstia, entortou em cima e empenou a parte debaixo. A gente vai tentar ajeitar para não perder”.
Paraense, morando há 16 anos no Ceará, padre Márcio explica que o ostensório é uma peça muito representativa para os católicos. “A coisa mais dolorosa para a gente foi ver o corpo de Cristo jogado ali ao chão”, disse.
De acordo com padre Márcio, a mãe do jovem o procurou para pedir desculpas pelo ocorrido, pois o filho é usuário de drogas. “Ela é uma pessoa muito sofrida. Eles já vieram de Caucaia para Tururu para o jovem tentar melhorar”, relata.