A Covaxin, vacina contra Covid-19 desenvolvida na Índia, tem uma taxa de eficácia de mais de 93,4% contra infecção grave e de 77,8% contra infecção sintomática, de acordo com dados divulgados neste sábado (3) pela farmacêutica responsável pela vacina.
A empresa farmacêutica Bharat Biotech anunciou que concluiu a análise da Fase 3 de seus testes clínicos, no que a companhia chamou de maior teste contra a Covid-19 na Índia.
O estudo envolveu 25.800 participantes com idades entre 18 e 98 anos. Destes, 2.433 pessoas tinham mais de 60 anos e 4.500 tinham comorbidades.
A Bharat Biotech disse que os resultados encontrados Covaxin fornecem 65,2% de proteção contra a variante Delta, que foi detectada pela primeira vez na Índia e é a variante dominante no país.
Os dados de eficácia foram publicados no site MedRxiv, em que estudos podem ser publicados sem revisão por pares.
O presidente e diretor administrativo da Bharat Biotech, Dr. Krishna Ella, disse que o resultado “estabelece a capacidade da Índia e dos países em desenvolvimento de se concentrarem na inovação”.
“A Covaxin não só beneficiará os cidadãos indianos, mas também contribuirá imensamente para proteger a comunidade global”, disse Balram Bhargava, diretor-geral do Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR), que co-desenvolveu a vacina.
As duas doses da vacina Covaxin foram aprovadas para uso emergencial restrito na Índia em janeiro, antes que os resultados preliminares do ensaio da Fase 3 fossem divulgados. A vacina também recebeu autorização de uso emergencial em 16 países, incluindo Brasil, Filipinas, Irã e México, de acordo com a empresa.
A Bharat Biotech, sediada em Hyderabad, está mantendo conversações com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para receber autorização de uso emergencial para sua vacina. Em caso afirmativo, Covaxin seria a primeira vacina desenvolvida na Índia a receber autorização da OMS.
A Bharat Biotech enfrentou controvérsias sobre a aplicação da vacina no passado. No início deste ano, mais de uma dúzia de participantes do ensaio de Fase 3 em áreas de favela da cidade indiana de Bhopal disseram à CNN que não sabiam que faziam parte de um ensaio clínico — em vez disso, pensaram que estavam sendo vacinados.
A Bharat Biotech, o ICMR e o Hospital Popular em Bhopal negaram qualquer irregularidade.