A Polícia Civil está investigando uma carta que foi encontrada com Lázaro Barbosa e que tem uma oferta de R$ 500 para que uma pessoa pegasse munições em um barraco que ele estava escondido. Lázaro foi morto durante troca de tiros em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal na semana passada.
“Eu tenho 35 munições de 380 lá naquele barraco que eu estava. Pega para mim. Vou te adiantar R$ 500 por esse corre”, escreveu.
O documento, divulgado nesta segunda-feira (5) pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás, foi escrito à mão e encontrado pela polícia no bolso de uma jaqueta que o criminoso vestia no dia do confronto. Em outro trecho da carta, há o relato de duas trocas de tiros.
“Eles estão me caçando. Já tive dois confrontos com eles e estou zerado de munição. Cara, por favor, arruma o tanto de munição de 38 e 380”.
Lázaro foi procurado durante 20 dias por uma força-tarefa com mais de 270 agentes. Aos 32 anos, ele tinha uma extensa ficha criminal, fugiu três vezes da prisão e era acusado de diversos crimes.
A SSP informou ainda que durante a fuga o criminoso teve acesso à rádio e televisão e que a polícia investiga a participação de outras pessoas nos crimes cometidos por ele, na região de Cocalzinho de Goiás.
A pasta disse ainda que não descarta a existência de uma organização criminosa da qual ele fosse um integrante.
Baleado e morto
Lázaro morreu em confronto com a polícia na manhã de segunda-feira (28). Segundo o boletim de ocorrências, foram disparados 125 tiros, dos quais quase 40 o atingiram, segundo a Secretaria de Saúde de Águas Lindas de Goiás.
O secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, afirmou que Lázaro Barbosa descarregou uma pistola contra os policiais ao ser encontrado em Águas Lindas de Goiás, no entorno do DF.
“Ele descarregou a pistola contra os policiais e não tivemos outra alternativa se não revidar”, afirmou Rodney.
A secretaria informou ainda que a força-tarefa tentou “o tempo todo” com que ele se entregasse para que respondesse por seus crimes.
Mesmo com a morte do suspeito, as investigações continuam. Além dos crimes pelos quais Lázaro era investigado, a polícia também quer entender mais sobre a rede de apoio que o fugitivo tinha.
Após o confronto, as equipes encontraram R$ 4,4 mil com o suspeito. “Esse dinheiro foi repassado para quando ele saísse do cerco, ter condições de fugir para outra região”.
“Agora nós vamos saber a quem interessava manter o Lázaro lá”, disse o governador Ronaldo Caiado.
Uma das linhas de investigação é que Lázaro atuasse como jagunço para alguns fazendeiros e os crimes possam ter ligação com conflitos fundiários.
“Essas pessoas atuaram com esse dinheiro. Ofertando esse dinheiro até para tirá-lo realmente daqui. Para que ele saísse daqui e continuasse foragido da Justiça perpetrando crimes em outras localidades a mando desse grupo”, disse a delegada Rafaela Azzi ao Fantástico.
Após a morte, o corpo de Lázaro foi levado para o Instituto Médico Legal de Goiânia. No dia 30 de junho, ele foi retirado da unidade para que fosse preparado para o enterro. O sepultamento aconteceu no dia seguinte, no cemitério de Cocalzinho de Goiás. A cerimônia durou cerca de 30 minutos e foi reservada para familiares.