Doença atinge cerca de 30% da população brasileira, mas pode quase dobrar até 2050; se não tratada, alergia compromete qualidade de vida e pode até levar à morte
O mês de julho é o mês dedicado à conscientização e combate à alergia, doença que afeta diretamente o sistema imunológico e consiste em uma reação a qualquer substância que deveria ser inofensiva ao organismo. A vida moderna e hábitos, como consumo frequente de industrializados e maior exposição à poluição, podem favorecer o aumento de reações alérgicas por parte do organismo.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), cerca de 30% dos brasileiros possuem algum tipo de alergia, sendo que esse número pode quase dobrar até 2050. A alergologista e imunologista do Sistema Hapvida Maceió, Gisele Casado, explica que os sintomas das alergias são variáveis e dependem do tipo de alergia e do próprio indivíduo.
CONHEÇA OS TIPOS DE ALERGIAS
Segundo a especialista, os tipos de alergias mais comuns são as alergias respiratórias, alimentares e cutâneas, mas também existem reações a medicamentos e a insetos, por exemplo.
“Cada pessoa manifesta a alergia de uma forma diferente e as manifestações podem, inclusive, mudar ao longo da vida. Você pode ser alérgico a alguma coisa na infância, e acabar desenvolvendo outras alergias na vida adulta”, esclarece.
Coriza e espirro são sintomas relatados em pacientes que possuem alergias respiratórias. Dermatite e urticária são manifestações importantes das alergias cutâneas. Já a alergia alimentar pode causar dor de estômago, diarreia e inchaço abdominal. Neste caso, a médica do Sistema Hapvida Maceió esclarece que a alergia não deve ser confundida com intolerância.
“A alergia desencadeia uma reação imediata, que geralmente se manifesta até 30 minutos após o contato com o agente agressor. Se você come um alimento e não sente nada e, só depois de alguns dias, tem diarreia, você não é alérgico, mas pode ser intolerante a algum tipo de alimento”.
PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES
Outro mito relacionado à alergia é a sua relação com a chamada “imunidade baixa”. Mas a alergologista diz que isso está longe de ser verdade. “Quem é alérgico não está mais propenso a resfriados ou a viroses. Essas doenças são causadas por vírus ou bactérias e, por isso, o paciente tem febre e dor. Já a rinite alérgica não é uma infecção e não causa febre”, esclarece.
Questionada se existe uma maneira de prevenir a alergia, Dra. Gisele Casado dá algumas orientações. A primeira e mais importante diz respeito ao controle do ambiente da pessoa alérgica que deve estar livre dos fatores que provocam a reação e do alérgeno. “O ambiente do alérgico precisa ser muito bem controlado e isento de umidade. No caso das alergias respiratórias, é preciso evitar exposição a tapetes, cortinas e tudo o que acumula poeira e ácaros”.
Testes cutâneos, exames sorológicos de sangue e exames de imagem são aliados no diagnóstico da alergia, que, atualmente, conta com tratamentos modernos e individualizados de acordo com cada paciente. “O tipo de tratamento vai depender da causa e da intensidade dos sintomas. Por isso, procure um médico, pois é possível conviver com alergia e ter qualidade de vida”, finaliza a especialista.