Brasil

Crianças relatam abusos sexuais de influencer ‘gamer’ que conquistava confiança dos pais

“Ele brincava fazendo cócegas no pênis”, relatou a mãe de dois irmãos, à época, com 7 e 10 anos de idade, à Polícia Civil de São Paulo. Os abusos contra os filhos foram registrados em junho do ano passado.

Em outra denúncia da mãe de uma criança de 11 anos, de São Caetano do Sul, zona metropolitana de São Paulo, em julho deste ano, ela contou que o filho conheceu o influenciador digital nas redes sociais até o menino ser convidado para ir à casa do influencer, na mesma cidade, onde os abusos teriam ocorrido.

Também foi no estúdio da residência do gamer que dois jovens do Rio teriam sofrido violência sexual. De acordo com investigação da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), o youtuber conquistava a confiança dos pais antes de praticar o suposto abuso.

Chegou inclusive a presentear uma família com passagens aéreas do Rio de Janeiro para São Paulo. Ele hospedou uma das crianças e seus pais no primeiro semestre de 2021. No mesmo período, ele também veio ao Rio para ficar na casa da vítima e de seus parentes.

Por esses crimes, o criador de conteúdo foi indiciado por estupro pela polícia carioca e o caso acabou encaminhado ao Ministério Público. O órgão informou que a situação está em análise.

O acusado está preso temporariamente com base em decisão da Justiça. No estado da Paraíba, há outras três ocorrências contra o suspeito e uma no estado de Santa Cataria, onde ele foi preso, em Florianópolis, no último dia 27 de julho.

Fama com jogos e abusos

Com mais de 200 mil seguidores no Instagram, o influencer é acusado de atrair fãs postando, principalmente, vídeos e conteúdos relacionados ao jogo Fortnite. Segundo as investigações, ele sinalizava a possibilidade de trabalhos na TV com os pequenos. Em um segundo momento, agendava os encontros pessoais.

“Ele conquistava as famílias que iam visitá-lo ou ia até a casa delas. Já fizemos contato com as autoridades dos Estados Unidos para saber se no período em que esteve lá também cometeu crimes”, afirmou o delegado Adriano França, da DCAV, à frente das investigações.