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Universitária que se passava por médica é presa dentro do Hospital Miguel Couto, diz polícia

Nathiely da Silva do Nascimento disse que trocou o curso de odontologia pelo de medicina. Ela usava crachá falso e publicava fotos de rotina médica e de plantões nas redes sociais.

Reprodução

Mulher se passava por estudande de medicina

Uma mulher que se apresentava como médica do Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon — uma das maiores emergências da Zona Sul do Rio —, foi presa nesta quinta-feira (19). Segundo as investigações, Nathiely da Silva do Nascimento usava um crachá falso de estagiária para entrar no hospital.

A polícia afirma que Nathiely estava sentada na cantina da unidade quando a diretora do hospital, desconfiada, se aproximou e perguntou quem era ela. Nathiely, nervosa, acabou apresentando uma carteira de estudante de medicina e disse que estava se transferindo de uma faculdade de odontologia.

A diretora, então, chamou a polícia, e Nathiely foi levada pela PM para a 12ª DP (Copacabana) e autuada em flagrante por crime de uso de documento falso.

Nathiely da Silva Nascimento foi presa em flagrante — Foto: Reprodução/TV Globo

Com ela foram apreendidos o crachá falso, um documento de auxiliar de saúde bucal, um carimbo, um jaleco branco e um pijama hospitalar.

Em redes sociais, Nathiely mostrava detalhes de uma rotina médica, com fotos em plantões, usando jaleco e estetoscópio — mas tudo era uma farsa, segundo a polícia.

Ela já tinha sido objeto de investigação do Hospital Miguel Couto. A polícia ainda investiga se ela se passava por funcionária do hospital ou por terceirizada.

Ainda não está descartada a possibilidade de Nathiely ter feito algum atendimento como médica em alguma unidade de saúde do Rio.

Nathiely da Silva Nascimento — Foto: Reprodução/TV Globo

O que dizem o hospital e o Cremerj

O Hospital Miguel Couto informou que a mulher não trabalhava na unidade e que acionou a polícia.

Confira a nota enviada pela direção:

“A direção do Hospital Municipal Miguel Couto deixa claro que a suspeita não trabalhava na unidade. Ela usava indevidamente o nome do hospital em postagens nas redes sociais e na noite desta quinta-feira acessou o prédio com um crachá falso, sendo identificada e retida pelos vigilantes, até a chegada da viatura policial. A direção registrou boletim de ocorrência na delegacia e o caso está agora sob investigação da Polícia Civil”.

Já o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) reforçou a importância de se conferir a documentação dos candidatos a vagas em unidades de saúde.

“O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informa que casos relacionados à atuação de falsos médicos são criminosos e devem ser investigados pela Polícia. O Cremerj reforça a importância da verificação da documentação por parte dos gestores antes de realizar qualquer tipo de contratação, seja para atuar na rede pública ou privada.

O Cremerj reforça que todos os profissionais inscritos podem ser verificados no site www.cremerj.org.br , na área Encontre um Médico. Também é possível denunciar casos de exercício ilegal da medicina, acessando o Portal da Defesa Médica, no mesmo site”.

Outros casos de falsos médicos

Em maio, dois casos de falsos médicos descobertos atuando em unidades de grande movimentação deixaram pacientes temerosos e os profissionais de saúde em alerta. Aleksandro Gueivara usou CRM de médicas de Minas Gerais e de São Paulo para dar plantão na UPA do Engenho Novo, na Zona Norte. Ele foi desmascarado após cometer erros grosseiros de português numa receita médica.

E o ex-estudante de medicina Itamberg Saldanha usou o CRM de um médico para clinicar na UPA de Realengo, na Zona Oeste. Ele foi preso em flagrante.