Política

‘Será mais política do que técnica’, diz Bolsonaro sobre sabatina de André Mendonça no Senado

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou nesta segunda-feira (23) esperar que a sabatina do ex-advogado geral da União (AGU) André Mendonça, seu indicado à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), ocorra em breve no Senado, apesar de uma “oposição” ao nome do jurista.

“Ali [no Senado] passa por um julgamento mais político do que técnico. Esperamos que ele [André Mendonça] seja sabatinado nos próximos dias, porque sempre tem uma oposição, não interesse quem indique”, disse Bolsonaro em uma entrevista à Rádio Regional, de Registro (SP).

O presidente afirmou que o também ex-ministro da Justiça fez um “compromisso” com ele de “representar” um ideal dentro da Suprema Corte.

Um desses pontos seria a adoção de uma oração no início de casa sessão plenária.

“Quero que toda sessão, caso ele seja aprovado, comece com uma oração. Deus vai fazer muito bem àquela corte”, acrescentou Bolsonaro.

A sabatina do ex-AGU no Senado ainda não foi confirmada pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça da casa, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

A resistência do senador à indicação de Bolsonaro ao posto do ex-ministro Marco Aurélio Mello adquiriu maiores proporções desde sexta-feira (20), quando o presidente resolveu entregar ao Senado um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo informações do analista de política Gustavo Uribe, da CNN, Alcolumbre criticou a decisão de Bolsonaro e disse que não há clima para realizar a sabatina neste momento.

Como presidente da CCJ, cabe a Alcolumbre indicar um relator e marcar uma data para a sessão.

Uma das estratégias aventadas por Alcolumbre é sabatinar outras autoridades que estão na fila de audiências na CCJ, como seis indicados ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e o procurador-geral da República Augusto Aras, também indicado por Bolsonaro para ocupar o cargo por mais dois anos.

Neste fim de semana, senadores da base aliada do governo defenderam o nome de Humberto Martins, atual presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo esses senadores, o nome de Martins poderia caminhar sem maiores resistências dentro do Senado.