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CBF: Presidentes de Federações se dividem, e Caboclo pode voltar ao comando na semana que vem

A decisão da Comissão de Ética da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de não afastar definitivamente o presidente Rogério Caboclo, optando por aplicar uma suspensão de mais 12 meses ao dirigente, causou um verdadeiro turbilhão nos bastidores da entidade.

Segundo apurou a ESPN Brasil, há chance real de Caboclo retomar o poder na organização já na semana que vem.

Explica-se: era esperado que a Comissão de Ética desse parecer recomendando o afastamento definitivo de Caboclo, que era investigado por acusações de assédio moral e sexual.

No entanto, a Comissão entendeu que não ocorreram os dois tipos de assédios argumentados pela funcionária autora das denúncias, e o cartola acabou levando uma suspensão de 15 meses (sendo que três já foram cumpridos), como mostrou o ESPN.com.br nesta terça-feira.

Agora, a decisão da Comissão de Ética deve ser ratificada pela assembleia envolvendo as 27 Federações estaduais, que será organizada na semana que vem (provavalmente na terça-feira ou na quarta-feira). E é aqui que o turbilhão se agita.

De acordo com apuração da reportagem, o incômodo de vários presidentes de Federações com o parecer do Comitê de Ética foi tão grande que muitos podem voltar a favor da absolvição total de Caboclo, como uma espécie de protesto pelo fato do afastamento definitivo não ter ocorrido.

Se isso de fato acontecer, Rogério Caboclo poderá voltar imediatamente à cadeira de presidente da CBF, que no momento é ocupada de forma interina por Coronel Nunes.

Cabe ressaltar que, inicialmente, a assembleia estava marcada para esta quarta-feira, mas foi suspensa pela Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem ainda nesta terça.

Caboclo está afastado do cargo desde junho, quando foram feitas as primeiras denúncias de assédio moral e sexual por uma funcionária da entidade, inclusive com áudios.

A CBF ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Rogério, por sua vez, se posicionou por meio de nota oficial (leia abaixo).

Leia a nota de Rogério Caboclo

Recebo com tranquilidade a decisão da Comissão de Ética do Futebol. A rejeição da acusação de assédio é correta e era esperada, uma vez que nunca cometi esse ato e minha defesa comprovou minha inocência. Essa decisão mostra o quão ilegal e açodada foi a decisão da mesma comissão de me afastar do cargo antes de abrir espaço para que eu me defendesse.

O afastamento por mais 12 meses, por sua vez, é injusto e ilegal. Trata-se de mais um capítulo da armação do ex-presidente Marco Polo Del Nero, banido do futebol por corrupção, para me tirar da CBF e reassumir o controle da entidade por meio de seus aliados. Minha defesa recorrerá nas instâncias adequadas contra essa punição.